

Um dos principais valores que prezo na construção da marca pessoal de executivos e executivas pelo Brasil e outros países de mais três continentes é a confiança. Uma marca pessoal terá sucesso e será referência no mercado se a comunicação, o conteúdo experiência, o modo de trabalho, os valores pessoais e principalmente, a imagem pessoal transmitirem isso.
Quem nunca ouviu a frase “A primeira impressão é a que fica”? Alguns podem chamar de frase clichê, outros reviram os olhos por estarem a escutando mais uma vez. Como mentor de marca pessoal preciso alertar que por mais clichê que seja e por mais que não aguente mais escutar, não a ignore. É essa impressão que poderá fazer com que você siga para uma segunda etapa em um processo seletivo e lá na frente conquiste a vaga desejada.
Um estudo feito pela Psychological Science concluiu que o nosso cérebro precisa de um décimo de segundo para processar as informações sobre o rosto de alguém. Esse tempo, por mais rápido que seja, já nos faz ter pré-julgamento sobre os valores e competência de quem está à nossa frente. Agora eu fico imaginando o tempo que ele leva para processar o que a pessoa está vestido e concluir se ela é ou não uma profissional qualificada.
Por saber da importância da imagem para a marca pessoal, eu e a Valeria Oliveira, consultora de imagem e especialista em comunicação estratégica da imagem profissional principalmente para executivas, produzimos esse artigo focado no público feminino para mostrar o poder que a vestimenta tem em uma entrevista de emprego, seja ela online ou presencial.
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Como transmitir elegância e confiança por meio da imagem pessoal
Antes de mais nada, você precisa querer isso. A Valeria reforça bastante essa questão pois construir uma imagem que mostre a sua essência nem sempre é fácil. A consultoria de imagem, por mais que as pessoas façam a conexão diretamente com a moda, não está associada somente a isso. Envolve moda? Sim. Envolve tendência? Pode envolver. Mas também envolve questões emocionais e envolve mudança. E é justamente por isso que a decisão de querer passar essa imagem também por meio da vestimenta deve ser sua e não de quem você se relaciona, com quem tem algum tipo de sociedade ou com quem trabalha.
“Não é possível decidir pelo outro sobre fazer uma consultoria de imagem! É preciso querer passar pelo processo.” – Valeria Oliveira – Consultora de Imagem e Especialista em Comunicação Estratégica da Imagem Profissional
Na maioria das vezes as profissionais que buscam uma consultoria de imagem acabam se descobrindo em muitos aspectos quando se olham por meio do espelho. Passam a ter acesso a uma confiança e credibilidade que até então não viam ou não acreditavam ter. E enxergar isso em si mesma é fundamental para que os outros tenham essa impressão quando você chegar ao local da entrevista de emprego ou a uma reunião de trabalho.
Há 10 anos a psicóloga Amy Cuddy, da Harvard Business School, junto de outros pesquisadores, procura entender o poder que a primeira impressão possui entre as pessoas. Uma das conclusões que chegaram foi que entre 80% e 90% da primeira impressão que uma pessoa tem de outra faz com que ela chegue nas seguintes perguntas:
- Será que posso confiar nela?
- Será que posso respeitar as capacidades desta pessoa?
Ou seja, se a sua imagem pessoal não transmitir essa confiança que o outro procura, você provavelmente poderá perder muitas oportunidades durante a sua carreira.
Um ponto que a Valeria reforça e que concordo com ela é que construir uma boa imagem pessoal não é um fim, é um meio. A partir do momento que você entender que sua imagem é algo que a ajudará a alcançar o seu objetivo e que para isso precisa saber muito bem o seu propósito, tudo fica mais fácil. Antes de escrevermos esse artigo, a Valeria e eu fizemos um vídeo falando mais sobre essa questão:
5 cinco passos para se preparar para uma entrevista de emprego
1- Conheça o básico sobre a empresa
Mostre que você sabe aonde está querendo chegar deixando claro que conhece a história da empresa. Pesquise mesmo. Tente buscar a data de fundação, valores, supostos prêmios, diferencial no mercado e o que mais for possível. Essa atitude contará muitos pontos a seu favor.
2- Será que tem dress code?
Já falamos sobre esse tema no vídeo, mas é imprescindível dar muita atenção a ele. Por quê? Porque o vestir é sinônimo de imagem e o autoconhecimento é fundamental para que os elementos estéticos e comportamentais externalizem a sua individualidade. A imagem estética, que é a junção da aparência com o comportamento, deve espelhar quem você é e que quer mostrar ao mundo.
E o que isso tem a ver com o dress code da empresa? Bom, a partir do momento que você fizer parte dela, você será uma representante daquela marca. Então, você passará a comunicar duas marcas ao mesmo tempo. Porém, o cuidado aqui é seguir com o dress code da empresa, caso ela tenha, mas sem perder a sua individualidade.
3- Sua fala deve estar alinhada com o que veste
Sua comunicação com o interlocutor, no caso o recrutador, deve estar em total coerência com a imagem que quer transmitir na entrevista e no mundo. Uma fala pausada, por exemplo, mostra segurança. As escolhas das palavras, entendendo se deve ser mais formal ou não, poderão dizer muito sobre a sua personalidade. Aqui vale o conselho: r-e-s-p-i-r-e!
4- Seu corpo está ali, mas será que você está presente?
Dentro do universo da consultoria de imagem, muitos profissionais usam o termo “comunicação não-verbal” para falar sobre aquilo que você transmite sem ser por meio da fala. Ou seja, é a presença que você tem, é como o seu corpo ocupa e comporta-se em determinado espaço.
Você provavelmente já deve ter ouvido a expressão “o corpo fala”. A neurociência prova que as nossas emoções são capazes de criar reações corporais imediatas que, muitas vezes, podem contrariar e sobrepor-se à nossa fala. O medo, por exemplo, é capaz de contrair tantos músculos que pode fazer com que você encolha-se sem perceber diante do entrevistador. Já a alegria (emoção resultante da segurança causada por ter se preparado para a entrevista) lhe deixa mais ereta, mais presente e com a respiração pausada. Portanto exercitar a mente para controlar suas emoções é essencial.
5- Revise seus perfis nas redes sociais
Você acha que precisa passar uma boa imagem apenas no presencial? Se ainda tem dúvidas disso, agora não terá mais. Os seus perfis nas redes sociais, inclusive no LinkedIn, são a extensão da nossa imagem no mundo. Se você quiser solidificar sua imagem, a sua reputação, dê muita atenção a forma como se comunica nelas.
Headhunters e profissionais de RH estão de olho, e têm sim utilizado as redes sociais como ferramenta de análise. A dica é: dê uma olhada em como estão seus perfis, como tem se posicionado por ali. Será que você está passando a imagem daquela executiva de sucesso que quer ser?
Pense o seguinte, o que você coloca em suas redes sociais é como se fossem produtos na vitrine de uma loja. Imagine que está em um shopping ou mesmo passando por vários estabelecimentos comerciais na rua, você para e entra em uma dessas lojas. O que lhe fez entrar ali? Pode ser sido pela marca, indicação, visual, acessibilidade, propaganda ou produto. Independente do motivo, você notará a vitrine e se ela não lhe causar um bom impacto logo de cara, provavelmente ficará com pé atrás, concorda ou não?
Agora imagine a sua “loja”: é a sua marca pessoal ou seja, as pessoas vêm ao seu encontro ou não pelos fatores acima apontados. Sendo assim, as redes sociais hoje em dia preenchem uma parte de cada item e isso faz você se posicionar e faz com que as pessoas posicionem você. Essa segunda situação é mais forte…é ela que decide, é o primeira ajuste a bússola para lhe encontrarem.
Lembre-se, sua imagem pessoal faz parte da sua marca. Assim como o modo que age, como se comunica e trabalha, o modo de vestir-se também impacta no que as pessoas irão achar e dizer sobre você.
Não há terceirização de responsabilidade: ela é sua e com isso o sucesso, a indicação e a estratégia dependem única e exclusivamente de você. Se puder vir acompanhado de um conselheiro ou mentor, melhor ainda: encurta caminho, diminui riscos e sua produtividade estará orientada ao objetivo final e alinhada com seu propósito de vida.
Outro ponto bem importante é que ter essa orientação e querer mudar não significa que você deixará de ser quem é, até porque fazer isso é fazer com que perca sua essência. O que precisa pensar e ter como referência sempre é que a sua marca e imagem são as primeiras informações que as pessoas recebem de você e aquilo que irão dizer assim que sair pela porta.
Sua marca pessoal é única, sua vestimenta não. Então a busca de um estilo é mais importante que usar algo “da moda”.
Quais as dúvidas que você possui sobre vestimenta no ambiente corporativo que a Valeria e eu poderemos ajudá-la para fortalecer sua marca pessoal no mercado profissional?