

O quão satisfeito você está com sua carreira? Se percebeu que o que faz já não lhe agrada mais ou que alguma outra profissão que possa exercer possui mais sentido na sua vida, saiba que não é o único. Milhares de pessoas fizeram uma transição de carreira nos últimos anos, mas principalmente em 2020 e 2021, ou ao menos estão planejando ela.
Iniciar um processo como esse pode mudar você e sua vida por completo, mas antes de encará-lo, precisa saber o que lhe espera e o quanto terá que se dedicar para alcançar o sucesso nessa nova jornada pessoal e profissional.
Alguns dos meus mentorados já passaram por essa mudança, inclusive mais de uma vez. Neste artigo, contarei a você situações que eles viveram e darei 7 dicas de transição de carreira que vão lhe ajudar nessa caminhada.
1) Prepare seu paraquedas antes de fazer uma transição de carreira
Preparação é fundamental em qualquer aspecto da sua vida. Sempre fui muito conectado a esportes e ao fato de que a vitória não depende apenas de um momento específico, mas de todo um processo anterior também. Não fui campeão Sul-Brasileiro de Jiu Jitsu em 2020 à toa. Me preparei para isso, assim como paraquedista se prepara para os saltos.
Dependendo da transição de carreira, ela pode representar vida ou morte, ou seja, pode dar muito certo ou muito errado. Situações inesperadas podem acontecer na hora do pulo ou durante a descida, se não tiver com com seu paraquedas preparado e o conhecimento suficiente de como operar a ferramenta, o estrago pode ser grande…e isso acaba gerando muito medo e bloqueando muitas pessoas de seguirem em frente.
Por isso que ao pensar em transição de carreira, é necessário também lembrar de fortalecer sua marca pessoal mesmo estando em uma função na qual não gosta, ou mesmo quando se sente bem atualmente. Se você por vezes tem receio da força da sua marca pessoal no mercado, imagina então depender de um CNPJ para que a pessoa jurídica lhe dê força profissional? É muito risco a correr em algo que você não consegue controlar e que possui diversos outros CPFs com interesse, no negócio e na sua vaga.
“Dalbosco, mas qual o sentido de fazer isso se quero justamente mudar de carreira?”
A resposta é simples: pessoas compram pessoas antes de qualquer serviço ou produto. Vivemos em uma Era na qual cada vez mais temos acesso a informações, ao dia a dia e aos valores dos profissionais, fazendo com que as pessoas acompanhem e comprem daqueles que possuem valores semelhantes aos seus. Só que para isso acontecer, é necessário que seu nome chegue até elas e não de qualquer forma.
Ao fortalecer sua marca pessoal ainda na função atual, você evita que esse tipo de situação abaixo aconteça quando seu nome chegar ao ouvido das pessoas na nova carreira:
Ou seja, a probabilidade de chegar arrasando e cair em descrédito é menor, porque por mais que a atividade seja nova e você não tenha anos de experiência, as pessoas já saberão quem você é, já possuem confiança e conhecem seus valores humanos mais representativos, o que atrai pessoas por empatia, e não apenas por características técnicas.
No caso da minha mentorada Alice Mendonça, advogada e professora de Yoga, a construção de marca pessoal antes da transição foi fundamental. Apesar de estar bem sucedida financeiramente na época, ela ficou doente por conta do estilo de vida que levava.
“Aos 27 anos eu advogava, era bem sucedida financeiramente, cuidada da aparência física, achava que frequentava boas rodas sociais. Mas eu fiquei doente por conta do estilo de vida que eu levava. Tive depressão e um AVC. Claro que fiquei assustada e fui obrigada a parar e olhar para a minha vida. Por indicação do psiquiatra comecei a praticar yoga. Encontrei no yoga um caminho para curar os males que a depressão estava me causando. Comecei a aprofundar as práticas e os estudos da filosofia. A partir daí o yoga tomou conta da minha vida e senti um profundo desejo de compartilhar isso com o mundo. Hoje meu propósito é ensinar o yoga para o maior número de pessoas que eu puder. Encontre algo que você faça bem, que faça o seu coração pulsar, que possa ajudar as pessoas de alguma forma e, claro, se você for viver disso, que você possa ganhar dinheiro fazendo o que faz. Nesse lugar estará seu propósito. Você não terá dúvidas, medo ou insegurança. Esteja preparado pois a subida é íngreme. Leve a sério seu propósito. Seja honesto e ético. E preocupe-se mais com o caminho do que com a chegada.”
Alice Mendonça, professora de Yoga e advogada
Ela já estava com um nome forte no universo da advocacia e, ao fazer a mudança de carreira, tinha credibilidade no mercado…mas em outra área. Muitas pessoas a julgariam pois a “vida perfeita” de sucesso financeiro na profissão anterior parecia se formar.
2) Comece pela Slash Career
Decidir mudar totalmente o rumo da sua carreira demanda coragem e uma boa base (financeira e psicológica). Porém, mesmo que você tenha esses dois pontos fortes, não precisa jogar tudo para o alto e largar o que faz atualmente de uma vez por todas.
Quando possível, sugiro que faça essa transição de carreira de forma gradual e tornando-se um adepto a nova tendência profissional, a Slash Career. Já escrevi um artigo específico falando sobre ela, mas caso não tenha lido ainda ou o termo seja novo para você, trago aqui uma breve explicação:
Slash Career é um formato de jornada profissional em que o indivíduo possui mais de uma atividade, em segmentos distintos, ao mesmo tempo.
Uma das grandes vantagens é você poder desenvolver suas vontades e interesses pessoais como um negócio. Não é só ter uma renda extra no final do mês ou um “bico”, mas sim fazer algo que tenha paixão e satisfação, e consequentemente agregar valor à vida dos outros. É assim que você inicia uma boa construção de marca pessoal que realmente seja marcante positivamente na vida das pessoas. Se as pessoas não perceberem que faz o que faz com significância à vida delas, não cria conexão e nem gera confiança.
Clique aqui para ler meu artigo sobre Slash Career.
Minha mentorada Fabiolla de Paula, engenheira, consultora de imagem e futura mamãe, está entre os profissionais que seguem esse novo formato de trabalho com muita dedicação e tem inspirado diversos profissionais no LinkedIn.
“O ano de 2019 foi um ano sabático para mim. Aos 35 anos, vivendo o auge da minha profissão de Engenheira, bem posicionada no mercado de trabalho, mas não me sentia completa. Havia um conflito interno muito grande entre atividades que gostava de fazer no meu tempo livre com a minha profissão. Através de um processo profundo de autoconhecimento entendi que:
- A sociedade gosta de nos colocar em uma caixa, mas não cabemos nela;
- Nunca é tarde para recomeçar quando se trata de propósito de vida.
Em 2020 comecei meu processo de transformação e me permitir fazer coisas diferentes, como estudar sobre moda e assuntos relacionados, que é algo que me fascina. Estou me descobrindo em uma nova carreira de Consultoria de Imagem e percebendo o quanto esse tema transforma vidas, afinal tudo começa pela forma que nos percebemos, que é a nossa autoimagem. Não tem sido fácil a dupla jornada, tive que romper muitos paradigmas, como me posicionar na minha segunda profissão e me expor nas redes sociais. Por isso a dica que eu dou é não trilhe esse caminho sozinho. Procure um mentor que possa te auxiliar nesse novo posicionamento, quanto mais claro estiver para você qual o seu propósito, princípios e valores, mais natural e verdadeiro todo esse processo fluirá. No meu caso, Dalbosco e equipe foram fundamentais para que pudesse construir uma estratégia de posicionamento, afinal não sabia nem por onde começar.”
Fabiolla de Paula – Consultora de Imagem e Engenheira
Lembro que quando iniciei o processo de mentoria à Fabiolla, ela tinha muitos questionamentos sobre como aliar as duas profissões, não apenas em termos de marca pessoal, mas também em função da adaptação da sua rotina com a nova atividade.
Acompanhar toda a evolução que teve até aqui me deixa orgulhoso da pessoa e profissional que a Fabiolla é. Está cada vez mais presente na vida das pessoas, agregando conteúdo de qualidade e incentivando outras mulheres a se sentirem bem por meio da imagem.
Quer iniciar seu processo de transição aliando duas ou mais atividades profissionais? Clique aqui.
3) Entenda seu ciclo profissional para sua transição de carreira
Sabe em que momento você está? Ao falar em desenvolvimento humano, temos que entender e lembrar constantemente que não temos uma única fase na vida, o que pode gerar ou não uma transição de carreira.
Até nossos 21 anos de idade, o foco é no aprendizado e em situações que promovam nosso crescimento como seres humanos. Na fase seguinte, dos 21 aos 42, é o momento no qual abrimos nossos horizontes mas também temos que enfrentar com algumas crises, a de individualidade e a de talentos.
A terceira fase inicia com uma crise também, a da autenticidade. É nesse momento que muitos profissionais olham para o que conquistaram, para o que fazem atualmente e refletem se aquilo de fato faz sentido para eles. Inicia-se uma fase de busca do saber, a qual pode resultar em uma transição de carreira para que a quarta fase da vida seja libertadora e com um futuro que o profissional desejava ter.
Cada fase possui suas características arquetípicas – Fonte: Ciclos da Vida
Meu mentorado Victor Aguiar, hipnoterapeuta e mentor de carreiras, é a prova viva de que fazer mais de uma transição de carreira não é problema. Já está em seu terceiro ciclo profissional e sabe que não será o último.
O Victor começou sua carreira na área de vendas (a qual ainda hoje possui uma ligação muito forte), inclusive de multinacional sueca, e depois identificou-se com a área da educação, afinal vender consultivamente é também educar o cliente:
“Estou no meu 3º ciclo profissional atualmente, comecei na área de vendas (e ela continua comigo ainda hoje) e quando me identifiquei com a área da educação, decidi mudar de “empregado para empresário” e de cidade também; tudo isso com duas crianças, umas de 5 e outra de 3 anos. Confesso que fiz tudo com muita certeza de sucesso, mas com um “baita medo interno”, ou seja, o medo serve para nos “dar juízo”, mas não pode nos impedir de agir. Nesse sentido uso uma frase “vai com medo mesmo, mas vai”! Mesmo virando empresário, curiosamente nunca deixei de ser “CLT” pois, assim que cheguei em Joinville (cidade onde resido), comece a trabalhar na universidade local (Univille) e lá estou há 24 anos; mas falei que virei empresário, certo? Então, desde a mudança já tive alguns negócios e estou sempre empreendendo e por isso digo, estou no meu 3º ciclo profissional, há anos venho cada vez mais trabalhando com a Mentoria de Carreira e a Hipnoterapia. Em resumo, uma boa transição de carreira se faz com (1) planejamento, (2) visão de futuro, (3) aprimoramento constante e (4) uma boa capacidade de se lidar com o medo. Enfim, “vai com medo, mas vai”!”
Victor Aguiar, hipnoterapeuta e mentor de carreiras
Hoje, além de continuar dando aulas, completando 25 anos na área do ensino, é empreendedor e tem fortalecido seu terceiro ciclo profissional por meio da Mentoria de Carreira e a Hipnoterapia, auxiliando diversas pessoas a romperem suas crenças limitantes e vencerem seus bloqueios rumo ao sucesso.
Eu e o Dr. Victor Aguiar lançamos um curso que o ajudará a identificar seus maiores bloqueios e ser mais produtivo em sua jornada profissional. Clique aqui para conhecer mais.
Como o próprio Victor diz e compartilho dessa opinião, uma boa transição de carreira se faz com:
- (1) planejamento;
- (2) visão de futuro;
- (3) aprimoramento constante; e
- (4) uma boa capacidade de lidar com o medo.
Complemento essa lista com um quinto item: construção e fortalecimento de marca pessoal estratégico, o qual tem muita conexão com os itens 2 e 3 acima inclusive.
Outra mentorada que percebeu que precisava entrar em um novo ciclo profissional foi a consultora de imagem de executivos e executivas, Cris Dorini. Há cinco anos, ela decidiu fazer uma transição de carreira após quase três décadas na IBM (isso mesmo!) e começar a trabalhar com gestão de imagem profissional e estratégia para varejo de moda.
“Há 5 anos, redirecionei minha carreira para trabalhar com gestão de imagem profissional e estratégia para varejo de moda. E confesso que não foi fácil. Mudar, ainda mais depois de 27 anos trabalhando em uma empresa e com toda a segurança de ter um trabalho assegurado pela CLT, dá medo, a gente pensa nos riscos… Eu tive que me reinventar, hoje eu sou a empresa como um todo: o comercial, a contabilidade, o financeiro, além de gerenciar os desafios do dia a dia. Então eu aposto muito em um planejamento, colaboração e, principalmente, em parcerias. Trabalhar em conjunto foi uma das coisas que aprendi a dar ainda mais valor hoje que trabalho sozinha, porque foi por meio de contatos e parcerias que se fortaleceram que muitas portas e oportunidades se abriram pra mim. Hoje, mais do que nunca, acredito em mim e me sinto muito realizada com o que faço e como faço!”
Cris Dorini, Consultora de Imagem
Ela tem construído uma jornada tão bacana que oportunidades riquíssimas surgiram após a Mentoria LinkedIn feita em 2020 a qual mentorei ela. Uma delas, inclusive, foi participar do programa de TV CNN Tonight ao lado do Leandro Karnal, Mari Palma e Gabriela Prioli.
Cris Dorini no programa CNN Tonight – Fonte: Acervo pessoal Cris Dorini
4) Não caia nessa!
Sabe aquela frase “Contrate caráter, treine habilidades”? Não coloque todo seu foco nela. É óbvio que o fator caráter precisa permear qualquer organização sustentável, e isso é indiscutível dentro do meu âmbito profissional, mas é preciso também estar preparado para que suas hard skills estejam em sintonia não apenas com o que o mercado quer hoje, mas em alinhamento com os cenários que se formam.
Ao fazer uma transição de carreira, você precisa sim ter competência técnica. Tenho visto muita moda em cima das softs skills como se as hard skills não tivessem mais tanto peso.
Soft Skills x Hard Skills – Fonte: Golin
Não caia nessa! Mais um discurso de quem quer vender curso emocional a você. Sem isso, a tendência de não dar certo e depois se apoiar na desculpa do “não teve sorte”, é maior.
Desenvolva suas competências técnicas assim como as comportamentais. O mercado procura profissionais que possuem as duas pontas muito bem definidas e fortalecidas. Ou vai me dizer que você compra de alguém que possui soft skills muito bem desenvolvidas e zero ou pouca aptidão técnica? Eu fujo desse perfil!
Uma dica que dou a você que está em fase de transição de carreira ou mesmo em busca de emprego, é escutar a partir do minuto 43:44 do meu episódio do Dalbosco Cast no Spotify que gravei com Adriana de Souza, minha amiga e headhunter, para descobrir quais as principais características que as empresas buscam na hora da contratação.
5) Invista em um Mentor
O investimento transforma-se em um propulsor que aumenta sua chance de sucesso e diminui riscos. Um mentor é um facilitador do seu processo e aquele profissional que tem bagagem/experiência profissional naquela área específica para indicar caminhos possíveis. É alguém que realmente está comprometido com seu sucesso, portanto uma mentoria acaba sendo um processo de doação de duas vias, a sua e a dele. Não basta apenas ele fazer sua parte, você também precisa estar comprometido com o seu próprio sucesso. E isso dá trabalho, mas ainda bem senão qualquer profissional fraco pegaria a sua vez de se projetar com solidez e sustentabilidade.
Nos últimos tempos, principalmente depois do início da pandemia, temos visto muitos profissionais intitulando-se como mentores sem ter experiência no mercado como Mentor ou, ainda, aqueles que dizem ser mas não possuem nem método e nem formação para isso.
Tome cuidado! Um mentor sem um método validado socialmente com cases de sucesso é apenas um aventureiro querendo vender algo para pessoas em fases de fragilidade emocional. Por isso que no meu Programa de Formação de Mentores, um dos meus focos é auxiliar meus mentorados na estruturação do método a ser realizado em suas mentorias, assim como definição de estratégias de vendas, precificação, número e duração das sessões, e também como realizar cross-selling e upselling para aumentar o ticket médio das vendas.
Sem uma boa base, etapas definidas e a forma que elas serão abordadas, não há planejamento, organização, alinhamento, e consequentemente, não há marca pessoal fortalecida, além de pouca chance de sucesso do mentorado.
Quer saber mais sobre meu Programa de Formação de Mentores? Clique aqui.
6) Não é uma pós-graduação que salvará você em uma fase de transição de carreira
Encontro muitos profissionais no mercado postergando a coragem de tomar decisões profissionais, e isso impacta também na transição de carreira, com a desculpa de “vou primeiro fazer essa pós para depois as oportunidades se abrirem”. Sabe o que vejo? O mesmo profissional esperando anos até agora algo aparecer acreditando que cursos Stricto sensu ou Lato sensu serão a salvação.
Entenda de uma vez por todas: só um certificado não fará com que você tenha sucesso, cresça no seu cargo atual ou lhe auxilie em uma transição de carreira. O que faz criar autoridade e ser referência no mercado são suas ações, suas atitudes e estratégias aplicadas. Essas sim “certificarão” sua marca no mercado…só de modo objetivo ao que você se comprometeu alcançar.
No artigo que escrevi sobre os impactos da pandemia na carreira de quem tem mais de 40 anos, mencionei essa questão.
Países como Estados Unidos e Reino Unido são os mais favoráveis ao alcance de sucesso sem necessitar de um diploma – Fonte: Pearson Global Learners Survey 2020
De que adianta ter um diploma na mão se não tem disciplina e comprometimento para seguir em frente e enfrentar os desafios que surgem em uma transição de carreira?
E não apenas na transição, mas em qualquer etapa da sua vida profissional. Sucesso não surge com sorte e sim com suor.
Clique aqui para ler o artigo em meu site.
Se só um diploma fosse sinônimo de sucesso, meu mentorado Cristiano Oliveira, sócio diretor na Zattar Seguros e especialista em prevenção de perdas, não teria enfrentado os desafios que encontrou pelo caminho quando decidiu dar outro rumo para sua vida.
Em 2012, ele estava bem empregado, tinha uma ótima remuneração de elevados dígitos, e a carreira estava em ascensão, com muitos resultados e faturamento na empresa em que trabalhava. Era o responsável por 35% do faturamento bruto de onde trabalhava, mas não estava contente. Depois de 15 anos, ele resolveu largar tudo e abrir seu próprio negócio.
Por mais conhecimento e experiência que tivesse, sua marca foi consolidada junto com a da empresa e, quando saiu, teve que começar do zero e construir a própria marca pessoal no mercado.
“Em meados de 2012, bem empregado, bem remunerado, carreira em ascensão, gerando resultados aos clientes, respondia por 35% do faturamento bruto da empresa, mas a cada novo dia batia aquela angústia gigante, pois começava a sentir que meu ciclo de 15 anos na empresa havia chego ao fim, aliado à vontade de empreender. Aos poucos fui amadurecendo a ideia, pesquisando o mercado, conversando a respeito com alguns poucos amigos, com minha família, minha esposa e demonstrando minha insatisfação. Com exceção de minha esposa, todos me chamaram de louco, pois era unânime a visão de meus conselheiros (pai, sogro, compadre, irmãos e amigos ) e das pessoas que consultei, que tinham e ainda hoje tem muito carinho e amor por mim. Muitos falavam que existiam muitos querendo estar no meu lugar e eu estava desprezando o que havia lutado muito para construir até aquele momento. Somente eu conseguia mensurar a tamanha insatisfação e angústia que eu sentia. Existiram dias que batia até uma tristeza pois eu precisava levantar da cama e ir trabalhar no lugar que não me motivava mais. Após seis meses do início deste processo, decidi que realmente iria mudar, iria atrás de meu sonho que era empreender.
A primeira decisão que tomei foi procurar ajuda técnica e imparcial, ou seja, contratar um Coach, uma mentoria. Em janeiro de 2013 iniciei meu processo de Coach, foram 15 sessões e ao final a decisão estava tomada, bastava apenas a coragem final para o “voo da águia”. Não era tão simples, pois tínhamos nossas contas, colégio de nossa filha, enfim, eu estaria abrindo mão de uma condição muito confortável em todos os sentidos, bem remunerado, plano de saúde e outros benefícios, para algo totalmente novo, desconhecido e detalhe, sem qualquer remuneração inicial. Em 04 de outubro de 2013 comuniquei ao CEO da empresa, que era meu amigo, padrinho de casamento e mentor que havia decidido encerrar meu ciclo na empresa.
Imaginem a mistura de sentimentos, sensação de alívio, medo, frio na barriga, sensação de liberdade, enfim, estava feito e por mais que tentaram de várias formas mudar meus planos, oferecendo reajustes, férias antecipadas, promoções, nada me fez voltar atrás. Em 2014, exatamente no ano que eu completava meus 40 anos, iniciava minha trajetória como empreendedor na área de corretagem de seguros, nascia a UNNITY Corretora de Seguros, com sede em Joinville numa salinha de 12 m2. Imaginem que começo desafiador, pois eu achava que ainda poderia contar com o sobrenome que havia construído ao longo dos 15 anos que atuei naquela cia, mas não foi bem assim.
Clientes que eu achava que viriam comigo e me dariam oportunidades, acabaram não fechando negócios comigo, portas que eu achava que teria abertas, se fecharam, solidão na tomada de decisões, no início alguns erros, muitos desafios. Eram muitas vistas diárias, leads, prospecções, e após 06 meses as coisas começaram a dar certo, contudo com clientes que não conhecia, tudo novo, ou seja, desapeguei totalmente do que eu achava que teria em mãos e por incrível que pareça, comecei a perceber que prospectar novos clientes, criar uma nova rede de relacionamento era a estratégia mais assertiva.
Com uma habilidade acima da média para abrir portas, cativar as pessoas, ajudá-las a gerar seus resultados, fui escrevendo minha trajetória de sucesso como empreendedor. Minha preocupação sempre foi gerar valor ao cliente, jamais vender o que eu não compraria, percebia naquela época o que ainda hoje existe que todos os meus concorrentes apenas vendiam seguro. A cada cliente que visitava, falava da metodologia que desenvolvi e batizei de Pirâmide do Seguro, composto por três pilares que são: O Risco , A Prevenção e na base da pirâmide o Seguro.
Os clientes não conhecem e não sabem mensurar de forma clara e didática sua exposição aos mais variados riscos. Meu foco desde o início sempre foi este, tornar-me referência em ajudar as pessoas na proteção de seus sonhos, suas conquistas e suas famílias. Deu tudo muito certo, em 2019 a fusão com uma grande corretora, em 2020 mudamos de marca e passamos a nos chamar Zattar Corretora de Seguros, geramos atualmente quase 40 empregos, estamos presentes com unidades próprias em Joinville ( matriz), Porto Alegre e São Paulo, atendemos mais 1.000 clientes de vários segmentos, especialmente no segmento de transporte e logística.
Hoje, olho para atrás e consigo sentir um grande orgulho da coragem e protagonismo que tive. No início de 2021 recebi um dos maiores reconhecimentos de minha trajetória, fui convidado pela FETRANCESC – Federação doa Transportadores de Santa Catarina para ministrar aula sobre Risco, Prevenção e Seguros no Primeiro MBA em Gestão de Transportes do Brasil.”
Cristiano Oliveira, sócio diretor na Zattar Seguros e especialista em prevenção de perdas
É para evitar esse tipo de situação e esforço que reforço em minhas redes sociais e mentorias a importância de não investir sua energia apenas em uma marca que não é sua. Não se trata não se dedicar 100% à instituição a que você está vinculado, mas sim não esquecer que seu CPF também é tão importante quando um CNPJ que você representa. Na conversa que tive em uma live com o meu mentorado Igor Pipolo, vice-presidente Latam na Sinerlog USA e ex-gestor da Rede Globo, falei sobre essa questão::
7) Você pode ser bom em mais de uma área
…e talvez nem saiba ainda.
Aquela história de que podemos ser realmente bons em apenas uma área ou função, não é verdade. Você pode ter capacidade de desenvolver mais de uma habilidade como ponto forte, mas para ter ciência disso precisa conhecer a si mesmo.
Na minha Mentoria de Carreira, meus mentorados passam por um processo de autoconhecimento profundo, por meio de um método no qual eles descobrem os pontos fortes de suas marcas pessoais. Ter essa visão é fundamental para compreenderem aquilo que de fato faz bem a eles e de que maneira essas características poderão ajudar no processo de transição de carreira com maior segurança.
Clique aqui e saiba mais sobre minha Mentoria de Carreira.
Quando a Camilly Gabry Houaiss, minha mentorada com foco em nutrição para celíacos, me procurou, ela já sabia qual era sua paixão e o que queria fazer para os próximos anos.
“No meu inconsciente já havia uma forte vontade de exercer a nutrição, porém, tudo que envolvia romper com o direito me assustava e me trazia medo. Eu estava formada e com um caminho trilhado, fruto de muito esforço e dedicação, mas isso definitivamente não poderia ser um empecilho para exercer meu propósito. Quando, de fato, decidi me inscrever na faculdade de nutrição foi difícil, não contei a ninguém, exceto meu marido e iniciei sem coragem para dizer para minha mãe e minha avó, que pagaram minha formação como advogada. Quando contei não foi fácil e nem libertador, elas se assustaram e tiveram medo de como seria meu futuro, e é aí que a necessidade de estar firme no que se ama é definitivo para não largar tudo em prol de não “trair” a expectativa de quem você ama. Hoje estou formada, realizada, trabalhando e com mais perspectiva. Passei noites em claro, me questionei, mas hoje não há um dia que eu não pense em como ser melhor no que escolhi e amo, minha dica é ter muito foco e não olhar para trás, exceto se isso te der mais força para seguir em frente.”
Camilly Gabry Houaiss, nutricionista
Por mais que já tivesse iniciado a transição de carreira do Direito para a Nutrição, ainda faltavam alguns ajustes que sozinha não conseguiria ou iria demorar muito para enxergar.
Hoje ela não só está feliz consigo mesma, como também tem auxiliado na felicidade e qualidade de vida de outras pessoas por meio de seus atendimentos presenciais e online, além de compartilhar ensinamentos por meio de conteúdos no LinkedIn, vídeos no YouTube e podcast no Spotify e iTunes:
Canal do YouTube da Camilly – Fonte: YouTube Camilly Gabry Houaiss
Clique aqui para se inscrever no canal dela.
Exclua a arrogância do seu vocabulário
Pessoas que agem com arrogância acreditam que não precisam mais aprender e, por isso ou como autodefesa, atuam assim na frente de outras pessoas.
Aprendizado nunca é demais e nunca é tarde para se desenvolver na atividade atual ou na transição de carreira. Porém, lembre-se que por mais que a vida e marca pessoal sejam suas, você não as constrói sem auxílio. Posso provar isso pedindo para que analise os dois lados da moeda:
- Se tem o conhecimento que faz de você o profissional que é hoje, foi porque aprendeu com alguém;
- Se tem uma marca pessoal forte no mercado, é porque alguém acreditou em você, nos seus valores, no seu serviço ou produto e na capacidade que tem de agregar na vida de outras pessoas.
Depois que o mundo foi afetado pelo Covid-19, diversos profissionais passaram a olhar mais para essa questão, buscando entender se o que faziam de fato era o que queriam para seus futuros.
Pesquisa registra aumento na preocupação com o futuro das carreiras dos profissionais – Fonte: Pearson Global Learners Survey 2020
Essa reflexão fez com que pessoas do mundo todo passassem a olhar para a transição de carreira como uma nova oportunidade de crescer e desenvolver a si mesmo, e não como algo que tiveram que fazer porque falharam na primeira tentativa no mercado.
Sem dúvidas, apesar de muitas vezes angustiante, a transição de carreira é uma das fases de maiores aprendizados extraídos do autoconhecimento gerado a um profissional. É um desafio, por vezes de forma intencional (quando você quis tomar a decisão), ou de forma reativa (quando demitido e com dificuldade de recolocação). Independente do modo, neste artigo estão sete dicas que poderão ajudar você nessa jornada, além de cases que poderão inspirar você a quebrar algumas barreiras do medo.
E para você, qual a maior angústia que já passou em uma transição de carreira ou quando pensa em migrar para uma mudança como essa?