

Networking é uma das palavras do momento. Dizem que se você tiver uma boa rede de contatos terá maiores chances de conseguir boas colocações profissionais. Eu digo mais.
Não é só ter bons contatos. É primordial ter ao lado pelo menos uma pessoa para admirar e se inspirar. Outro ponto: é preciso ganhar sua confiança para poder trilhar seu caminho junto a ela. Mas, é claro, tem que fazer por merecer.
Ricardo, então essa é a receita do sucesso? Em partes. Inclua uma boa dose de persistência para driblar as dificuldades e nunca deixar de acreditar no seu propósito de vida.
Eu sempre quis que minhas ações e experiências pudessem ajudar um grande número de pessoas e seus negócios. E esta vontade me guiou e me trouxe até onde estou hoje. Porém, só consegui realizar este objetivo porque busquei estar com pessoas que pudessem dar sentido a este meu propósito.
Consegui mais do que isso. Tive um grande mentor e posso dizer que valeu muito a pena esta experiência. Por isso, acho interessante compartilhar ela com você.
Como conseguir boas oportunidades
Ter por perto profissionais gabaritados e já reconhecidos no mercado abre alguns atalhos pelo caminho. Isso porque, eles irão nos ajudar a ver as coisas que não conseguimos ver e a resolver as situações de uma forma muito mais simples. Assim, fica um pouco mais fácil chegar onde desejamos.
E eu tive a chance de encontrar e poder contar com um mentor assim. Um exemplo que me ajudou a desenvolver minha capacidade profissional e conseguir boas oportunidades. Muitas delas, nem mesmo eu imaginava ou almejava.
Conheci o Marcus Polette quando iniciei o curso de Oceanografia. Sempre fui competitivo e sem medo de colocar a ‘mão na massa’ para conseguir o que quero. Por isso, logo no primeiro ano da graduação busquei por um estágio. Começava ali minha primeira grande batalha por boas oportunidades.
O estágio era em um laboratório multidisciplinar. Mas o foco estava, principalmente, em Planejamento Urbano para o desenvolvimento de regiões. E o Polette era PhD no assunto, já sendo considerado o “papa do planejamento urbano no Brasil”.
Muitas vezes não sabemos o que queremos exatamente da nossa carreira até conhecer alguém interessante, inspirador, com uma trajetória profissional admirável.
Um dia você olha para esta pessoa admirável e diz para si mesmo: “quero chegar onde ele chegou e ser reconhecido da mesma forma!”
E o Polette foi esta pessoa na minha vida. Ele também acreditava naquele meu sonho dos 18 anos, de administrar algo e impactar o maior número de pessoas possíveis. Talvez por isso, trabalhei muito tempo sem remuneração ou bolsa de estudos. Queria aprender tudo o que o meu mentor poderia me ensinar.
Consegui. Pelo meu desempenho profissional e pela confiança que o Polette depositava em mim, recebi convites para bons trabalhos no INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), no IBAMA e no NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), no Havaí.
Mas, como disse, sempre fui competitivo e queria mais.
Não podemos desistir do nosso sonho
Já contei pra vocês como foi minha odisseia pelos Estados Unidos. Por duas vezes, tranquei a faculdade e fui para a terra do Tio Sam buscar recursos para pagar meus estudos. Também achava que esta seria uma forma de crescer profissionalmente e aprimorar meu inglês.
As dificuldades por lá foram muitas: quatro empregos, duas horas de sono por dia e péssima alimentação. Seis meses de muito perrengue que me ensinaram que quando nós realmente queremos algo, é preciso batalhar mesmo cansados e com obstáculos pelo caminho. Consegui pagar minha faculdade e a minha (tão sonhada) viagem ao Havaí.
A primeira recompensa pelo esforço veio alguns anos depois. Pela minha experiência de trabalho com o Polette, fui convidado a trabalhar em Angola (África), para um grupo europeu de Planejamento Urbano. O país passou por uma guerra civil de 40 anos, estava destruído e precisava de ajuda. Senti que poderia ajudar. Passei três anos por lá, construindo novas opções de espaços públicos para melhorar a qualidade de vida da população. Sem dúvidas, uma lição de vida.
Mas o futuro ainda me reservou mais uma outra boa surpresa. Em 2011, voltei ao Brasil para coordenar os negócios do grupo europeu. Não tinha muito a ver com a minha área, mas dava uma boa base para outras oportunidades. E ela chegou com a Quatenus. O resto é só história de sucesso!
Tem uma experiência semelhante? Conta para gente! Se quiser contribuir com alguém que passa por uma situação parecida, compartilhe essa história. Espero que eu possa ser uma inspiração.