

O que é preciso fazer para ter mais consciência sobre si e controle sobre seu futuro? Convidei a Rosina Cammarota, referência em mudança de mindset e fundadora da Ousia Deep & Meditation, para contar o que é preciso fazer para mudar a mente e ter mais autoconhecimento para conquistar o sucesso.
Este artigo foi escrito a partir desta rica entrevista que está disponível de forma integral no meu canal no Youtube. Se você desejar acompanhar a gravação completa, clique no vídeo abaixo.
DALBOSCO: O episódio de hoje é ainda mais especial, porque eu estou aqui com uma pessoa que é realmente fantástica. A Rosina veio do Uruguai e nos traz uma serenidade, uma tranquilidade e eleva o nível de consciência de vários executivos no Brasil.
ROSINA: Dalbosco, eu agradeço muito por estar aqui com você. Eu vim para o Brasil a convite do meu pai. Na verdade, ele fundou a empresa no Uruguai e trouxe para o Brasil. Eu estava na Europa com os meus cavalos, fazendo hipismo. Meu pai falou “Olha, eu quero que você venha para o Brasil, conheça a empresa e depois você volta. Eu estava morando na Itália nessa época e eu treinava junto com Sebastiano Ducati. Então, meu pai pensou que a gente iria abrir a empresa lá na Itália e esse foi o propósito, eu vim aqui para conhecer, mas foi então que conheci meu marido e fiquei aqui. Isso foi no ano de 2003.
DALBOSCO: Pessoal, a Rosina foi atleta de hipismo e andou com os melhores do mundo. Rosina, de que maneira esse esporte, que é pouco conhecido no Brasil, o brasileiro tem acesso? De que maneira o hipismo te trouxe benefícios para sua área profissional?
ROSINA: O hipismo me trouxe benefícios desde sempre. Eu comecei a andar a cavalo
com cinco anos. Eu ganhei um pônei e que era bravíssimo, me esfregava contra os cantos, em Montevideo. Comecei a andar e gostei, mas tinha um pouco de medo. Comecei a saltar e me tornei muito boa. A minha família sempre foi muito do esporte. O esporte, eu acho que faz parte dos nossos valores. E me trouxe muitos benefícios, porque no primeiro momento é você com você, o cavalo e a natureza. Eu acho que isso vale ouro.
Só que nesse processo todo, até muito nova, me dei conta que eu tinha muita dificuldade em vencer as provas. Foi aí que a primeira chave virou, quando eu me dei conta que esse movimento era interno. Não eram questões técnicas, não eram questões do cavalo, não era nada de fora, era meu. E quem me guiou por esse caminho, inclusive, foi o meu pai que sempre falava para mim “Olha, você pode. É tudo uma questão mental”. E assim foi que eu decidi entender o que é que acontece. Muito nova, inclusive. E aí comecei a meditar.
DALBOSCO: A meditação entrou por volta dos 12 anos de idade?
ROSINA: Aos 13 anos de idade entrou numa forma, como eu sempre falo, super desmistificada. Não era uma meditação buscando o equilíbrio, paz, nada disso. Era foco. Era uma meditação ativa, buscando vencer as minhas dificuldades, sabe? Onde eu entrava em estado de relaxamento e visualizava tudo o que eu queria, inclusive chegar na Europa, que desde o Uruguai nessa época, de verdade, era bem difícil, porque não tinha celular, não tinha internet para eu falar “Ah, deixa eu ver como é que eu chego lá”. Não era nada disso. Então foi muita meditação, muita visualização e as coisas acontecendo, as portas se abrindo. Então, essa foi talvez a minha primeira chave, sabe? De dentro para fora eu vivi na pele, porque dois, três anos depois eu estava na Europa.
Podcast gravado com Rosina Cammarota, Fundadora da Ousia Deep & Meditation no DalboscoCast – Fonte da Imagem: Canal Ricardo Dalbosco do Youtube
DALBOSCO: Rosina, olha que interessante, apesar de não praticar, eu vejo o hipismo com a seguinte lógica, muito parecido até com o meu esporte favorito, que é o jiu jitsu. A gente treina em bandos, em várias pessoas, porque você tem um técnico, tem quem ajuda. E quando vocês, no hipismo ainda têm um cavalo, que também é cuidado por várias outras pessoas, então tem toda uma logística em função disso. Só que quando você entra na prova, é você e você. Você tem um adversário, no seu caso é o tempo, a depender da regra. No caso jiu jitsu, você tem um adversário do outro lado, só que em grande parte isso é incontrolável.
ROSINA: Com certeza, é pura estratégia.
DALBOSCO: Exatamente. E muitas vezes a gente perde no tatame para a nossa própria cabeça. E quanto mais próximo que a gente vai no campeonato é com relação ao que a gente treina, quanto mais parecido a minha luta é com relação ao modo como eu treino, melhor eu vou. Ou seja, sem inventar moda, sem inventar algo que eu não praticava. No hipismo, eu vejo vocês também na mesma busca pela perfeição dentro de si, dentro dessa própria jogada. Quando dá o sinal, é você no controle.
Escute o podcast completo no DalboscoCast (Spotify):
ROSINA: Sim, olha, dentro do hipismo tem coisas muito maravilhosas que requerem dessa conexão. A primeira que você tem um minuto que basicamente é o tempo de um percurso. E é um minuto de pura incerteza, porque é um cavalo, você não combina nada com ele. Então o trabalho, assim como no jiu jitsu, o trabalho prévio, a sua preparação, a sua conexão, para você raciocinar bem nesses milissegundos, para você poder aplicar tudo o que você sabe, é essencial.
DALBOSCO: Rosina, quando foi a sua virada de chave, foi no sentido negativo, ou foi uma virada de chave positiva? Porque eu tive um momento da minha vida que eu cheguei e falei assim “não serei jogador de futebol”, por exemplo. E depois eu fui muito para o surfe também, morei meio ano no Havaí, etc. Também chegou o momento que pensei “Não serei o profissional que eu quero ser aqui””. E eu nunca gostei de ser mediano, em nada. E ali foi um clique no sentido de “agora de vez eu tenho que ir para os meus estudos”. Ali realmente foi uma das viradas que eu tive na minha carreira, quando foi a sua?
ROSINA: Para mim, foi realmente esse convite do meu pai. Veio no momento que era determinante, ou eu seguia realmente essa carreira, mas sem todo o investimento que se requer para estar nesse nível. Então eu sempre estava treinando os melhores cavalos, dos outros. Eu estava com Nelson Pessoa, com Rodrigo Pessoa, com Doda, e naquela época, a Tina Onassis. Esse era o meu mundo, mas não era meu mundo, entende? Então eu estava lá porque eu tinha muita condição técnica, mas não tinha 5 milhões de euros para investir num cavalo.
DALBOSCO: E qual o custo de uma manutenção mensal?
ROSINA: Miles por final de semana. Então a minha decisão foi “Ok, eu estou aqui, eu tive o privilégio, tive a benção de poder realizar o que eu queria vivenciar, a experiência eu tive”, eu não tinha condição para falar “Então eu vou fazer disto a minha vida”, porque eu não tinha esse investimento. Então o que acontece, é um esporte extremamente exigente. Você está lá de domingo a domingo, de segunda a segunda. É fisicamente também muito exigente, muitas horas por dia. São oito cavalos por dia, vamos supor, oito horas de exercício.
Então, colocando tudo isso na balança, era evidente que não era sustentável no tempo, né? E então caiu super bem esse convite do meu pai. E enfim, foi a decisão certa.
É claro que doeu quando eu vim para cá. Me lembro de falar para a minha mãe
“Mãe, me leva, eu preciso cheirar um cavalo, me leva para algum lugar onde eu possa
sentir” e é incrível isso. Doeu um pouco, só que logo em seguida, quando eu cheguei no Brasil, uma pessoa ficou sabendo que eu tinha treinado com Nelson Pessoa e ele (Miguel de Sal) falou “eu preciso que você dê aula para meu filho”.
ROSINA: Eu falei “olha, eu parei”. Me doía até voltar se não fosse nesse nível. Porque é difícil, não é? Não é por arrogância nem nada, mas você está acostumado a um nível tão profissional, tão alta performance, tão perfeito, com tanto investimento. Eu falei “não, não dá para eu voltar aqui de outro jeito”. Mas ele insistiu muito e eu acabei falando “então tá, vou dar aula para seu filho”. Conclusão, eu dei aula para o filho, que na época tinha 12, 13 anos. Fiquei dando aula para ele, foi campeão brasileiro. Então foi outra etapa também super bem sucedida, digamos, em termos de satisfação e de realização.
DALBOSCO: E será que não é uma etapa agora para voltar a estar colada a esse esporte como uma preparadora mental?
ROSINA: Exatamente, está sendo.
DALBOSCO: No passado, você era alguém de referência no esporte em si, ali, na prática, no pulo, no salto e lá vai. Mas agora, Rosina, olha, eu vejo um “cheirinho” de Comitê Olímpico Brasileiro (COB) daqui um tempo.
ROSINA: Olha, sabe que se tornou muito isso, até porque, evidentemente, em toda a minha passagem técnica também tinha isso, que foi a minha experiência. Foi bem intenso para vencer essa parte interior. Não foi a única vez, mas foi no hipismo, no esporte, para mim foi super desafiador. Não foi “Ah eu entendi, realizei”. Não, era algo que me acompanhava muito. Então, quando eu estava ensinando para o Rodrigo toda a parte técnica também, estava muito presente. Da importância de saber vencer, da importância de você ter isso em mente sim. Talvez eu fui criada muito no “O importante é competir”, mas não funciona tão bem se você toma isso como a verdade para o mundo competitivo. É importante competir, mas é importante ganhar.
Confira o depoimento do meu mentorado, Fernando Henriques, Diretor Financeiro, sobre sua experiência com a minha mentoria em marca pessoal. Neste vídeo, Fernando também fala sobre o lançamento do meu novo livro “Personal Branding para Profissionais da Saúde”.
DALBOSCO: Aí você tocou num ponto que alinha muito com o que eu vinha numa discussão esse final de semana, em termos de uma formação que tive em Alphaville. A gente vem de épocas de formação escolar, que tinha as Olimpíadas internas, a disputa acirrada e o primeiro lugar é o premiado, o segundo, terceiro, a gente tem a famosa frase “ninguém lembra” e lá vai.
Bom, quando a gente transporta isso para os colégios de hoje em dia, a geração Z e Alpha tendo um modelo de ensino onde os professores, os gestores, premiam todo mundo, porque eu vejo muita gente falando que não querem causar os traumas que parte da geração baby boomers, X e Y herdaram da maneira competitiva como foram tratados. E aí vem a questão: será que esse é o modelo ideal? Premiar todo mundo? Porque quando a gente vem para o meio profissional e essas pessoas estão, a geração Z já está entre 18 e 26 anos inseridos no mercado trabalh; A geração Alpha está entrando agora, aquela geração que nasceu além de 2010, está fazendo 14 anos, entrando como menor aprendiz nas empresas, consequentemente estão inseridos agora no meio que muitas vezes não foram treinados. E o meio profissional, ele é voraz, ele espanta, ele é competitivo e quem é premiado são os primeiros. Quem realmente tem condição de criar uma marca pessoal corporativa para subir no pódio.
DALBOSCO: E talvez o efeito vai ser muito ao contrário de querer premiar todo mundo. Então, hoje eu vejo que o modelo de ensino, e em muitas das situações, está ainda longe do ideal, pelo seguinte fator: a gente ainda não tem um histórico de amostragem para dizer a consequência de querer premiar todo mundo, isso me preocupa, e um segundo aspecto é como é que essas pessoas vão lidar com a derrota? Ou de não ser premiado? Porque vai acontecer no ambiente de carreira. E quando a gente vê que muitos profissionais não vão ser premiados e talvez não vão conseguir lidar com isso, qual a consequência quando eles forem levados a esse nível de consciência que eles nunca enfrentaram?
E aí eu vejo muitas instituições de ensino, muitos colégios, adotando esse modelo “premia todo mundo” não apenas como uma solução para tentar curar o que foi feito na geração daqueles professores, mas muitas vezes no sentido de não ter um gasto energético. Não gerar desconforto e ainda vou um pouco mais no sentido de dar muito trabalho com aquele indivíduo para ensiná-lo ou ensiná-la como lidar com a derrota.
ROSINA: Eu acho que essa questão de tentar proteger de alguma forma todo mundo, de não premiar um, então os outros ficam como sem atenção, a proposta, ao meu ver, não é a melhor. Não se resolve nada premiando todo mundo, de fato, para vida real. O que deve ser é ensinar os valores certos, sabe? Às vezes ganha, às vezes perde. Tem muito de talento, tem muito de dedicação, tem muito de autoconhecimento, o desenvolvimento do ser humano como um todo. E isso não é só no esporte e não é só nas premiações, mas é no assunto total da diversidade, sabe?
Está tudo bem ser diferente e todo mundo tem que ser respeitado, mas creio que até nas corporações o trabalho está sendo feito pela metade. Então se busca resolver ou evitar os desconfortos que vem de fora e não se busca fazer com que cada ser humano se sinta bem com o si mesmo, esteja preparado para até quem discorda ou quem não aprova, ou sabe que cada um seja plenamente quem quer ser e se auto responsabilize por tudo o que quer realizar. Então, acho que estamos fazendo um trabalho de fora para dentro. Na minha opinião, o trabalho deve ser de dentro para fora e é só assim que a gente realmente está pronto para outro desafio. Também vejo muitas pessoas querendo sair muito rápido da dor. “Ah, tem que evitar a dor”. Temos que sair, mas temos que aprender, senão vamos voltar.
DALBOSCO: Elevação do nível de consciência. Para consequentemente, você gerar um valor que antes você acreditava que até talvez não existisse, e sim gerar um valor até para aquela situação ruim da dor. E dentro disso, Rosina, traz uma ponte ao que a gente vê hoje muitos executivos enfrentando o mercado de trabalho. Chegam aos 40, 50 anos, tem lá 20 anos, 25, 30 anos de carreira no lombo, tudo à volta, muitas vezes muito bem estabelecidos, moram naquele condomínio que queriam, estão lá no clube de golfe, jogam beach tênis, estão inseridos nos clubes sociais que parece que aquela comunidade lhe fez chegar até ali.
Só que de repente, você começa a chegar em casa todo dia cansado sem ter percorrido uma maratona. Você começa simplesmente a se sentir decepcionado, muitas vezes não entende o porquê. E quando você vê, tem tudo a volta, mas um vazio enorme por dentro. E você trabalha diariamente com isso, orientando profissionais. Qual é o maior problema que hoje chega nos braços da Rosina para resolver?
ROSINA: A maior parte das vezes, eu trabalho com pessoas que são muito bem sucedidas. É isso que você falou de fora, mundo perfeito, mas e dentro? Então, isso acontece muito quando a pessoa, em função de cumprir com todas essas questões, esses objetivos, que muitas vezes são sociais, tem que, porque para ser feliz tem que ou tem que fazer e chegar lá, e fazem isso desde uma desconexão. Essa é a questão. Quando a pessoa se perde, se desconecta um pouquinho da sua própria intimidade, começa a correr atrás sem dar tempo para ouvir, para sentir o que está dentro, se torna muito prisioneiro dessas conquistas.
Essas conquistas passam a ser cada vez maiores, porque nada satisfaz plenamente, porque a pessoa se sente incompleta, independente de tudo o quanto tiver. E é muito difícil sustentar todo esse ser de fora apenas de um material. É necessária uma conexão espiritual e não falo de religião, eu falo de ouvir o silêncio interior, sabe? De você estar com você, com sua alma, de você entender o que a sua alma está pedindo, está dizendo, para onde você está indo, quem você é. Precisa do cuidado mental, porque somos cheios de estímulos todos os dias.
Se você se descuidar, você já acorda e quando quer ver, já está respondendo, reagindo ao de fora e se você só faz isso, você desconecta, naturalmente. Então, o último estágio disso é que o material, ou não preenche, ou não chega, né? Então, eu falo muito dentro das mentorias, que independente de qual seja o desafio, a solução sempre é voltar para o equilíbrio espiritual, mental e físico.
Sim, eu sou muito das conquistas, do sucesso, da prosperidade, super a favor, mas desde um crescimento interior, porque vazio não vai se sustentar e às vezes o que acontece é que a pessoa “chegou lá” mas a custo de quê? A custo de uma vida insatisfeita, sem saúde, desequilibrado total? Então, o sucesso é o nosso objetivo desde o equilíbrio interior.
DALBOSCO: E quando a gente deixa apenas o externo influenciar e o nosso próprio silêncio e a nossa própria reflexão nos incomoda, não tem como a gente chegar no chamado estado Flow, ou seja, o nosso próprio máximo de estados de consciência e a busca constante pela nossa própria excelência, ressignificando o próprio estágio de silêncio, o quanto é bom eu estar comigo. Mesmo porque se a gente pegar gráficos em termos de mostrar como é a vida de um ser humano típico, seus últimos anos de vida, vai ser muito sozinho. Se você não souber conviver consigo, principalmente naquele terceiro ou quarto ciclo profissional, aí vem uma “pelotada” na cabeça.
ROSINA: Com certeza. Vem aquele vazio, aquela sensação de vazio, de precisar preencher com muitas coisas. Aí acontecem muitas coisas nesse momento, se a pessoa não está bem com ela e isso é algo que se constrói. A grande questão é que nada de fora pode te preencher, isso só se preenche de dentro. Então, eu sempre falo, não vejo uma maneira de viver esse sucesso e esse equilíbrio, se você não cuida disso da forma que você achar melhor, mas você precisa cuidar. Ninguém de fora pode cuidar dessa sua alma, desse seu interior. Então, para alguns é o tempo que eles estão sozinhos fazendo um esporte, para outros é realmente a meditação, como é para mim, para outros pode ser até a oração, mas de alguma maneira nós temos que cuidar desse interior.
A parte mental é necessário cuidar intencionalmente, porque somos bombardeados por muitos estímulos. Hoje o que mais tem é informação, mas nem sempre é informação que traz ou que tem uma raiz na verdade. Então esse discernimento também vem com esse autoconhecimento. Sabe, aquela voz que diz “Hm, mas eu acho que não é por aí”, sabe? Então, para ouvir todo esse interior precisamos de tempo, precisamos querer ouvir.
DALBOSCO: E o seu tempo. Muitas pessoas não descobrem isso. Elas acreditam que o tempo é aquilo que estabeleceram das 24 horas e em termos de que eu tenho que seguir o que todo mundo já me define. Mas qual é o seu tempo? E qual é a sua pressa? E qual é a sede que você tem também para chegar lá? Eu digo que não tem nenhum problema você querer ficar no perfil mediano a sua vida inteira. Só não incomoda o resto em termos de insatisfações constantes e que o mundo conspirou para você ficar no perfil mediano durante toda sua jornada profissional.
ROSINA: Exato, é essa questão eu acho que abre muita coisa para a gente falar. A primeira que realmente se requer um desejo, o desejo de realizar algo e todos temos algo para realizar, mas muitas pessoas estão ainda adormecidas e isso ao longo do tempo também gera um desconforto, uma frustração e não importa o que seja, não necessariamente tem que ser algo grandioso aos olhos do mundo, mas tem que ser aquilo que te preenche. Precisamos saber o que, para onde estamos indo, o que que nós estamos querendo realizar. E é só através desse desejo, para quem de repente tem grandes desejos é mais evidente, porque o desejo que te faz passar por cima de qualquer coisa, para ir além.
Por exemplo, para mim, esse desejo de querer fazer hipismo com os melhores do mundo me fez superar coisas que assim são quase impensáveis. Eu sou ainda super apegada a minha família, sabe? Eu tenho saudade quando eu viajo, ligo mil vezes para meus filhos, para meus pais. Mas eu fui lá, sozinha, sem celular. Mas é desejo, tinha algo maior que me fazia “vamos”. E eu me lembro de ligar e minha mãe falar “olha, se quiser volta, mas depois não vai poder ir de novo”. Então era uma superação diária. Agora, também tem muitas pessoas que ainda, por diferentes fatores, muitas vezes porque aprenderam assim, porque não tiveram a oportunidade de ter outro conhecimento, ainda acreditam que as coisas só acontecem de fora para dentro, então se sentem vítimas de verdade. Não por vitimismo, não porque queira se fazer de vítima, mas se sente assim, sente que tem uma limitação e isso é uma pena, porque, em essência, somos potencial infinito. Agora temos que ter alguma pontinha de conhecimento para falar “é possível” e ir atrás. E a reforma é toda interior, mas é possível. Eu sou das que acredita que tudo é possível.
DALBOSCO: Somos dois, estamos alinhados dentro disso e aqui vem uma outra questão porque quando nós falamos em termos de elevar o seu próprio nível de consciência, tem um fator que é fundamental que é a atitude. A pessoa tem querer, ela pode não saber como ainda, mas ela tem que querer. Mas existe um segundo passo que é alguém que monta uma estratégia dentro disso e aqui vem a mentora, por exemplo, Rosina, ou seja, é aquela pessoa que ela não é responsável pelo seu sucesso, mas te mostra o caminho.
E aí é você que entra com a consistência, que é um terceiro fator. Dentro desse estrategista, inclusive no aumento da sua consciência, há uma série de ferramentas dentro desse processo que se pode usar. Claro, a meditação é uma das ferramentas. A marca pessoal é uma ferramenta, então são várias ferramentas que você pode colocar dentro dessa sua caixinha. Quando quebra aquele seu carro, quanto mais ferramentas, desde que você saiba usar, pode ser bacana. Só que quanto mais ferramentas, isso lhe dá também um maior peso para você carregar no sentido de “Se eu não estou consciente, por que eu estou carregando todo esse peso?”. E será que aquelas ferramentas ali são as ideais para me elevar a esse nível? Tudo isso, um mentor ou mentora ideal pode solucionar, pode lhe indicar o caminho. E aqui vem a questão: quais as ferramentas, Rosina, que alguém pode começar a buscar para essa elevação?
ROSINA: Antigamente, você precisava acreditar no guru, em algumas técnicas. Hoje, entre filosofias milenares, neurociência, psicologia, está tudo muito bem traçado, o caminho. Agora, dentro das mentorias Ousia, nós trabalhamos um caminho que tem oito etapas e começa muito por você entender esse desejo. O que é? Qual é o propósito? Qual é a ideia? Porque muitas vezes as pessoas querem uma coisa e estão indo em outra direção, seja pela rotina, pelo que for. Depois tem outra etapa, que é ok, eu quero isso e como é que eu me sinto com relação a isso? Porque aí começamos a ver os paradigmas e aí você deve se encontrar muito na questão da marca pessoal, que às vezes a pessoa não chega lá, não se sente lá, não consegue se posicionar com isso.
O Método OUSIA tem alguns conceitos de profunda importância para atingirmos estágios de conhecimento e satisfação na vida pessoal, social e profissional que promove satisfação, uma vida mais equilibrada, cujas realizações e performance sejam autênticas e produtivas.
Aí você precisa realmente entender quais são as regras do jogo, o quanto a sua mente, seu pensar, seu agir, o quanto você está criando ou você está simplesmente passando pela vida e vivendo o que a vida te apresenta. E se trabalha medo, se trabalha autoimagem, autoestima, porque são os fatores, como você deve ver também nas suas mentorias, medos, autoimagem, autoestima são grandes bloqueios.
ROSINA: A parte técnica, cada um fará do jeito que a sua atividade pede. Mas independente se é executivo ou se é atleta, se é uma pessoa que está buscando se conhecer mais, a questão é de dentro para fora e tudo tem um caminho e esse caminho que nós seguimos. Agora, todo esse caminho está dentro do Best of Me, que é a mentoria inicial, mas extremamente profunda. Acontece que muitas vezes, mesmo nessa jornada, nós temos pontos que estão muito mais amarrados no profundo, no emocional. Então, podemos precisar de outras ferramentas, mas isso só vamos ver no caminho. A questão é que temos que ter um caminho e esse caminho tem passos, não dá para pular, temos que seguir todos eles.
DALBOSCO: Rosina, dentro dessa jornada de elevação em nível de consciência, nós temos ciclos que a nossa humanidade vai passando. Hoje é muito mais fácil a gente falar em saúde mental e que você vai buscar um terapeuta ou um mentor nessa área, mas se você falasse isso há 20 anos, tinha gente que virava para você e falava que se você está indo no psicólogo, você era louquinho(a) ou retardado. A gente vê no ocidente essa elevação do nível de consciência e várias questões.
Em 2023, eu estava palestrando no Japão, e quando nós perguntamos no Oriente, para muitas culturas, existem outras linhas de pensamentos a respeito da vida, mas algo que está cada vez mais claro é que o Ocidente está ficando cada vez mais oriental pela influência do Oriente Médio em termos de questões orientais que fomos buscar por meio das redes sociais que nos deram acessos. Se hoje é mais fácil a gente falar de saúde mental, qual é o próximo ciclo que você acredita que vem em termos de mercado, inclusive, quando a gente fala em elevação de nível de consciência?
ROSINA: Hoje é mais fácil, principalmente quando falamos nas questões, nas ideias, nas filosofias de oriente. Eu estudo muito essas questões da antiga Índia, porque a minha linha de meditação, de formação traz os ensinamentos puros da Índia. Então tem toda essa escola da unicidade, do não dualismo. É milenar, e como falei, antes, ou você acreditava, ou não acreditava, mas hoje a neurociência explica. Então, hoje nós sabemos o que acontece quando você agradece, quando você perdoa, quando você medita, quando você está estressado. Hoje não é mais uma questão de acreditar, hoje é um fato.
DALBOSCO: Análise amostral, há dados.
ROSINA: Exatamente. Então, é mais fácil adotar práticas e ideias de Oriente, porque hoje está provado e o que eu acredito que seja o próximo nível é que nós vamos precisar ir mais profundo, e esse é um dilema. Hoje estamos muito acostumados a querer resolver na superficialidade, inclusive em termos de mercado. E quando se fala em saúde mental, continuamos querendo resolver as coisas proporcionando para outros pequenos confortos, de fora. Isso coloca um curativo e a pessoa acha que está melhor, mas a real solução seria que cada um fosse para dentro buscar essa elevação de consciência.
ROSINA: Existem estudos sobre a questão da consciência. Tem linhas que falam em quatro níveis, outros em sete, mas a questão é: a maior parte das pessoas ainda está num nível de consciência em que acredita de verdade que as coisas acontecem de fora, ou pelo menos até onde elas chegam no limite delas. Então elas dizem “não, eu consigo, eu consigo, eu vou fazer acontecer”. Mas chegou no limite e aí vira “ah, mas porque as circunstâncias, porque fulano, porque tal coisa”. Esse limite é mental, é paradigma.
No momento em que nós aprendemos a ir para dentro, a pensar de outra forma, sairmos um pouco dessa identidade limitada e buscamos, por mais desconfortável que seja, por mais que vamos ter que passar por caminhos que desconhecemos e que vão doer, mas esse é o único, a única forma de chegarmos nesse outro nível. E quando chegamos nesse outro nível, que o que você falava “eu sei que é possível, não sei como, mas é possível”. Aí a chave só vira com disciplina. A disciplina se torna algo essencial. Então aí temos um gap enorme que no Best of Me chama o “Gap entre saber e fazer”, que aliás é o módulo dois. É o gap entre saber e fazer.
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ROSINA: O gap entre saber e fazer é quando a pessoa tem todo o conhecimento, sabe exatamente porque acontece isso, porque aquilo, sabe o que quer, sabe o caminho, mas não faz. Está prisioneira de outros hábitos, de outros paradigmas, então se frustra enormemente. Não tem nada pior do que você saber que você tem a capacidade e não estar tendo resultado. E às vezes o resultado é uma questão de disciplina, de você ter essa conversa com você e falar “olha, eu vou fazer assim, é assim”.
Às vezes são paradigmas e crenças, questões emocionais que precisam ser trabalhadas e que te mantêm, infelizmente, num ciclo de insucessos, e isso é perigoso, porque todo sucesso ou insucesso está gerando uma marca emocional, um tipo de conexão neural, então, se você repete muitos insucessos, acaba acreditando que não dá, que você não é capaz, que não é para você e assim por diante. Então é muito importante que o quanto antes você perceber que tem algo te bloqueando, que você queira buscar essa transformação interior e saiba que é subconsciente. Então não é uma questão de “ah, eu vou fazer”, não, tem que ter metodologia, tem que saber como percorrer esse caminho.
DALBOSCO: Rosina, uma das grandes dificuldades depois que a pessoa descobre que ela tem teoria, mas não está encontrando a competência de realização, a gente traz para um eixo chamado disciplina, que faria com que ela se mantivesse consistente e, consequentemente, criasse uma marca, ou seja, que ficasse marcante, impactante, memorável, pelo fato da repetição.
Como encontrar a real disciplina? Como destravar isso? Ou seja, essa é uma dúvida constante que muitos profissionais nos fazem em palestras e mentorias e eu gostaria da sua visão dentro disso. Claro que cada caso é um caso, mas existe uma visão que as pessoas precisam vir com um nível de consciência para entender o que é a tal da disciplina.
ROSINA: Sim. Vou te dar uma definição que eu adoro, que eu do meu mentor Bob Proctor, com quem me formei, ele simplificou muito essa questão. Disciplina é você se dar um comando e segui-lo. Ponto. É um compromisso com você. É diferente da motivação. A motivação te leva umas horas ou alguns dias a você querer fazer algo, mas a questão é você ter esse compromisso com você e você vai poder ter esse compromisso, quando você está vivendo o que você veio para viver, quando você tem esse propósito, quando você tem um objetivo claro, é o que tem que ser feito.
E quanto mais você conhece que não é sorte, não é azar, é causa e efeito, é sempre causa e efeito. Queira você conhecer essas causas e efeitos ou não. No universo nada é “ah deu sorte”. Não, não é assim. Podemos não conhecer todas as leis naturais, mas existem. Então, já que é causa e efeito, vamos causar o nosso efeito e é bem simples. Disciplina é você ter essa autenticidade com você.
Se eu tenho como valor que cuidar do meu corpo é algo legal, então eu vou me alimentar direito. E tem muito a ver também com congruência e essa congruência que eu falo muito nas mentorias do pensar, sentir, agir, é essencial. Então, no momento que eu assumir um compromisso com você ou comigo de que este é o meu caminho, eu preciso que meu pensar seja esse e que meu sentir seja esse, que minhas ações demonstrem isso, porque se não caímos no gap entre saber e fazer, eu vou saber, mas eu não faço. E eu muitas vezes eu vejo, quero falar com todo respeito, mas às vezes a gente vê, por exemplo, médicos que com certeza sabem o que faz bem, o que faz mal, mas que não se cuidam.
Esse é o gap. É subconsciente, mas cabe a nós começar a olhar para isso e mudar. Isso vale para tudo, em todos os aspectos. E é claro, todos temos inconsistências, eu sempre deixo isso claro. Não existe chegar lá em termos de consciência, existe evoluir, ver mais um pouquinho, ver uma sombra aqui, evoluir mais um pouquinho e assim vamos.
DALBOSCO: Rosina, dentro dessa construção aqui de conteúdo de enorme valor, que não tenho dúvida que vai impactar várias pessoas e essa faz parte também da nossa missão de vida, a gente traz aqui um aspecto fundamental em termos de ok, se eu quero ir para um outro nível de consciência, eu tenho que partir do pressuposto que eu tenho que fazer talvez algo diferente se eu ainda não cheguei lá ou não comecei essa construção. Só que a gente vai ver muito charlatão de mercado, muito milagreiro ou falso guru na web querendo ensinar isso, mas de fato guiando aquele profissional num enorme risco e muitas vezes o efeito é o contrário. Quais foram os maiores absurdos que você tem visto no ambiente on-line nos últimos tempos que você olha assim tipo “caramba, Dalbosco, não é possível que alguém falou aquilo”.
ROSINA: O que eu mais vejo é querer colocar em cinco passos ou sete passos para transformações que são extremamente profundas. Não, não podemos nos enganar e enganar os outros. A mudança pode ser em um instante? Pode, mas vai depender de toda a construção da pessoa. Então é importante que se entenda o seguinte: grandes resultados requerem grandes transformações.
DALBOSCO: E pode ter os passos para uma primeira elevação, fase um, passos para a fase dois. Muita gente vende os passos únicos para solucionar de A a Z e a falsa busca pela perfeição, que na verdade é uma visão unilateral.
ROSINA: Exato. E é outra coisa que eu acho que temos que ter muito cuidado, e isso faz parte da minha busca, na minha visão, eu tenho o maior respeito por todas as questões que vêm do Milenar. Entendo que hoje não existem sábios vivos com a capacidade e a vivência de silêncio, que é da onde vem toda essa conexão, essa abertura de consciência realmente, sabe, para outros níveis de consciência. E o que eu vejo muitas vezes, principalmente na questão da meditação. “Ah, meditação para prosperidade”, não sei se tem uma meditação para prosperidade. Pode ser que tenha uma meditação que te conecta e desbloqueia aquele bloqueio que você tenha com relação a prosperidade.
DALBOSCO: Que você se torne próspero.
ROSINA: Exato, mas assim, fazer uma meditação para a prosperidade, eu teria muito cuidado. Eu acho que nós precisamos entender, e o nosso interior fala, a questão é que as pessoas preferem às vezes a solução rápida e a solução rápida pode decepcionar, né? Então, acredito que a questão é se manter, na verdade, eu sempre falo para todos os meus mentorados, alunos, o coração sabe. Se pergunte, esteja de noite um pouco com você e se pergunte qual é o próximo passo? O que que eu preciso fazer? O que que eu preciso entender? Tenha uma metodologia, alguém que te guie por uma metodologia séria.
ROSINA: Eu tive muito privilégio, por exemplo, no momento até de atender a uma neuropsicóloga professora da faculdade, que ela entrou no processo achando que era realmente superficial e se deu conta que não, que existem ferramentas que realmente ajudam no mesmo propósito que a psicologia e psiquiatria trazem. Com a meditação, eu trabalho muito também junto a psiquiatras, porque a meditação nos proporciona um equilíbrio fisiológico que de outra forma é só remédio. Então, existem muitas formas nas quais podemos nos apoiar com esse propósito, mas tem que ser responsável.
DALBOSCO: Rosina, por que que você acredita que ainda, e aí agora eu vou falar aqui em termos de ocidente, há muito preconceito a respeito da meditação?
ROSINA: Acredito que se associou a meditação a duas coisas: religião e um estilo de vida muito distante do que poderia ser as atividades executivas ou da nossa vida no ocidente. E muito do que eu falo, embora, claro, eu estudei com as escolas super tradicionais da Índia, porém, foi dado para o meu instrutor a missão de trazer a meditação para ocidente junto de universidades.
O motivo pelo qual existe essa mistificação da meditação é porque se associou a sua cultura de origem, religiosa e de um estilo de vida muito mais desapegado do material. Mas, hoje entendo que a nossa grande oportunidade é trazer essa prática que nos traz equilíbrio, que nos traz expansão de consciência, clareza mental, que nos conecta com quem nós somos e com o nosso propósito e tudo mais para nosso dia a dia. Por que não? Por que não trazer isso, fazer essa higiene?
Eu falo muito da rotina sagrada de falar “ok, vou cuidar do meu espiritual, vou cuidar do meu mental e aí estou pronta para ir a cuidar do meu físico, seja do meu esporte ou das minhas coisas materiais”. E eu vejo isso como um ganho enorme. Não é só meditar e não é só viver nessa correria, é se preparar bem, espiritual, mental e fisicamente para ir atrás do sucesso da vida, do que nós queremos realizar e assim unir, integrar uma coisa que faz tão bem. Com sete minutos de meditação profunda, você diminui os níveis de cortisol, que é o hormônio do estresse, o principal.
Além de ter muitos efeitos positivos na saúde, mas se você vê hoje quantas pessoas estão estressadas, mesmo que seja num estresse silencioso, que é o antecessor de muitas doenças, então já com isso já teríamos um ganho super importante.
DALBOSCO: Rosina, olha só que interessante, porque atrás aqui da câmera principal, a gente tem Andryely Pedroso e que cada vez mais é uma estudiosa no Brasil e no exterior a respeito de biohacking. Este é um termo mundialmente já conhecido, mas no Brasil até recente, como hackear corpo e mente para aumento de performance e dentro disso esses dados que você traz alinha perfeitamente com o biohacking aqui no Brasil, ou seja, como é que eu posso, primeiro, entender as minhas potencialidades e minhas fragilidades, então, novamente, de dentro para fora e, consequentemente, impactar o mercado.
ROSINA: Com certeza, você trouxe aí outra outra linha da meditação que eu estudo, que eu estudei muito com Joe Dispensa, que é neurocientista, e que fala muito sobre a questão genética, a epigenética. Na verdade, a genética hoje não condiciona como se pensava antes e tudo isso através da meditação pode ser e pode ter enormes benefícios.
Todo o nosso corpo obedece muito bem a nossa mente e aos estados meditativos onde naturalmente tudo se alinha. E acredito que sim, dentro da questão do mercado, acho que ainda tem bastante mais resistência para essa questão da saúde, pelo menos me parece, talvez a Andryely tenha mais informação, mas ainda tem um pouco de resistência em acreditar nos efeitos da meditação para esse biohacking.
Provavelmente, porque nem todo mundo consegue. Não é que você começou a meditar hoje e amanhã já está assim, mas se você ver nossos programas, se chega a níveis de meditação onde tem a cura espontânea de grandes de doenças, seríssimas, então a possibilidade está aí, a questão é o quanto nós vamos nos dispor a trilhar esse caminho.
DALBOSCO: Olha que frase fantástica: a possibilidade está aí. E dentro de possibilidades, agora eu trago a nossa conversa, inclusive para a Rosina Cammarota em si: quando que foi o ponto de virada na sua vida, no sentido de foi uma situação que aconteceu, foi um ecossistema que já estava se montando por anos na sua vida e aí simplesmente você tomou uma decisão, alguma cena que você presenciou ou sentiu na pele que falou assim “Caramba, eu tenho que ir para um outro nível aqui dentro para de fato eu conseguir me mudar e depois, aí sim, com propriedade, mudar os outros” que você faz de forma excelente nos últimos anos.
ROSINA: Foram duas coisas. Bom, a primeira quando era muito nova, a questão do hipismo, mas aí ainda eu meditava duas, três por dia e não tinha outras preocupações, nem, sabe, ainda era tudo muito inocente, vamos dizer. Mas teve outro momento da minha vida em que estava tudo bem, de fora. Sabe, aquela coisa de fora está tudo bem, eu trabalhava aqui no Brasil, na empresa do meu pai, risco zero, porém, eu estava muito angustiada com esse futuro, essa angústia de como será, será que eu vou dar conta.
Sabe esse estresse silencioso que não dava nem para explicar, nem para comentar com ninguém porque não tinha motivo, mas era dentro. E aí eu comecei a estudar de novo. Falei “não, agora não está bom, preciso resolver isso aqui”, porque de novo era algo dentro de mim, nada fora, era dentro. E eu fiz todo o meu processo no Canadá e depois decidi que eu queria ensinar, mas não estava exercendo nada.
Certa vez, começou com um grupo de amigas, sem nenhuma pretensão, porque eu me identifiquei muito com as dores delas, da incerteza do amanhã, do que vai dar certo, do que não vai, do que vai faltar, que não vai. E assim começou. E aí eu falei “não, eu sinto um prazer tão grande, eu estou tão disposta que isso tem que ser a minha entrega, tem que ser, não tem como não ser, tem que ser. E eu vou me preparar cada vez mais”. E aí veio a questão da meditação de forma mais formal, sabe? Eu fui atrás de todas as certificações que eu acredito demais, gosto muito da fonte, não gosto muito de coisas, sabe, que não tenham todos os fundamentos. E aí foi quando eu realmente decidi “Ok, isso vai ser também um caminho dentro da minha vida”.
DALBOSCO: Rosina, quando a gente pega sua trajetória profissional, talvez há aspectos que você teria feito de modo diferente e, consequentemente, isso acaba gerando reflexões para quem está nos vendo, nos escutando. Não significa que eles terão que fazer diferente se estivessem aplicando no mesmo modo que você vai listar, mas no seu caso, você teria feito algo distinto do que praticou?
ROSINA: Teria. Aliás, hoje, com o conhecimento de hoje, eu teria, mas na época não tinha essa consciência. Então, quando eu estava estudando no Canadá, procurei saber sobre o mental e é muito sobre prosperidade, sobre fazer acontecer grandemente, exponencialmente. E eu sempre tinha esse bloqueio de “poxa, será que é tão legal buscar só a prosperidade”? então eu não me permiti, talvez, acreditar em mim, neste momento, com a velocidade que eu gostaria que tivesse sido. Então, eu demorei mais tempo.
DALBOSCO: E a prosperidade ali era financeira de fato em si?
ROSINA: De outro conhecimento, de você se expor, de você aparecer, de você se permitir brilhar. Sabe, de você se permitir pensar sim, a sua marca pessoal. Aqui eu vou dar esse passo. Então, eu demorei para fazer isso e eu até hoje vejo, tem uma menina que começou junto comigo e que ela é incrível. Ela é irlandesa. Ela é sensacional. Ela tomou uma, mas tem uma trajetória que é assim demais, eu falei “poxa, eu estava na mesma turma, podia ter sido assim de rápido”, mas faltou aqui dentro.
Nunca vai ser algo de fora, sabe? Até as oportunidades vem diferente quando você está aberto para vê-las, né? Não adianta você está no lugar certo, na hora certa, se você não sabe que está, não é? E isso é consciência. É você saber aproveitar esse momento. Então, se permita. Talvez todo o meu bloqueio estava no se permitir, se permitir brilhar e se permitir ir além, sabe? E se coloque pra fora. E eu acho que hoje eu consigo me colocar dessa maneira. Ainda digo, eu sempre digo, em mim esse vai ser o trabalho permanente. Outra coisa que eu falo sempre: não existe chegar lá, é um trabalho para sempre, é para sempre.
DALBOSCO: E qual é o ponto de maior realização na sua vida que você fez até hoje?
ROSINA: Maior realização acho que meus filhos, dois queridos, o Caetano com 15 e o Fernando com 16, agora, neste momento, grande realização.
DALBOSCO: Fase tranquila de se lidar.
ROSINA: Olha, eu devo dizer que por enquanto, a gente nunca sabe, está começando a adolescência, né? Mas não, são dois queridos. É uma grande realização ter treinado com o Nelson Pessoa, muito assim foi realmente o meu grande objetivo e eu cheguei lá, eu vivenciei isso, aprendi muito.
Palestrando no Expo Talks Japan – Fonte da imagem: Benedito Silva Photography.
Essas experiências acho que não se compram na esquina, são coisas que mudam completamente a nossa visão de mundo e hoje estar vivenciando todo este processo na Ousia, trazendo tudo isto, sendo muito útil também todos esses conceitos no CEPA e nesse grande projeto, inclusive, com meu marido, que também é coach e além de educador físico e enfim, muito ligado ao esporte em várias e várias formas e trabalhando com atletas, com executivos, isso é uma grande realização, a cada, a cada vez que a gente pode compartilhar algo, tocar o coração de alguém e libertar uma coisa, eu acho que é impagável, impagável.
DALBOSCO: É com essa inspiração que a gente encerra esse episódio fantástico em termos de conhecimento humano. Se esse tipo de conteúdo não lhe causar reflexão, não lhe causar uma motivação para você começar a buscar se ouvir e para depois buscar a ferramenta e depois buscar a mentora, depois buscar realmente o que pode lhe elevar para um outro nível, um outro patamar, sua vida pessoal e profissional. Aí, talvez, é a hora de você revisitar vários outros aspectos. Porque o conteúdo que teve nessa hora é mais do que o suficiente para você dar o primeiro passo.
Rosina, muito obrigado, Parabéns! Todo trabalho feito na Ousia, todo o trabalho feito na CEPA. Um abraço pro seu pai também, seu esposo e seus filhos. Continue brilhando e inspirando, e como eu costumo dizer: é só o começo.
ROSINA: É só o começo. Muito obrigada!
Artigo originalmente publicado no maior site sobre personal branding do Brasil: www.ricardodalbosco.com
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Sou o Dalbosco, Palestrante Internacional, estrategista de marcas com clientes em 4 continentes (EUA, Brasil, África e Europa), referência nacional em criação e fortalecimento de marca pessoal para profissionais de diversos segmentos. Atualmente, colunista na BAND TV e na Rádio CBN, recebi vários prêmios nos últimos anos, assim como me tornei destaque em grandes mídias. Sou profissional referência em projetar Conselheiros e CEOs no Brasil, além de influencers com os mais diversos objetivos de carreira. Referência no LinkedIn Brasil, Influencer no Bolshoi Brasil e voluntário na Orientavida, ONG que fornece produtos para grandes marcas como Chanel, The Walt Disney Company, Universal Studios, hotéis Fasano, Irmãos Campana, Netflix, entre outras marcas. Sou Mestre e Doutorando, assim como Master em Programação Neuro-Linguística.