

Eu sou um apaixonado pelo universo do motociclismo. Quem me conhece sabe bem disso. Desde a primeira vez que subi em uma moto, percebi que ela não iria gerar apenas aquela sensação de liberdade que todos diziam ter. Ela iria me tornar mais responsável.
E de fato, me tornei. Passei a ser ainda mais comprometido com minha empresa, minha equipe, minha família e a mim mesmo. Mas eu só me dei conta da minha evolução quando estava no meio de uma rodovia, guiando um grupo de mais de 15 motociclistas. E quero contar para você como algo que temos paixão pode impactar diretamente nossa evolução pessoal e profissional.
Quebrando paradigmas sobre o motociclismo e os primeiros aprendizados
Antes de ter de fato uma moto, eu vivia assistindo a filmes que retratam a figura do motociclista (ainda faço isso, mesmo com os que já assisti, é o meu vício). Se você já assistiu a algum, vai conseguir imaginar a cena que irei descrever agora: uma fila com mais de dez motociclistas vestidos com roupas de couro, mostrando ao mundo o ronco de suas motos e sentindo o vento na pele em uma rodovia sem fim.
Essa é uma cena muito comum em filmes de motos. O filme O Selvagem, de 1953, do diretor húngaro László Benedek, é um exemplo. E para muitos, essa cena é apenas uma fila com motociclistas que andam juntos pelas estradas. Era isso que eu pensava até ter a minha primeira moto. Mas ela é muito mais que isso. Cada integrante possui uma posição específica. Cada um deles tem uma responsabilidade.
E eu aprendi isso quando fiz o curso de Road Captain. Para quem não sabe, o Road Captain é aquele que lidera o grupo. É a pessoa que possui noções de:
- Planejamento de viagem
- Direção defensiva
- Experiências técnicas
- Bom relacionamento com o grupo
É o Road Captain que posiciona estrategicamente as pessoas na fila. Ao contrário do que todo mundo pensa, os membros mais experientes não andam junto ao líder do grupo. Eles atuam como guardiões e ficam na rabeira, ou seja, são os últimos no comboio. Cedem as posições no miolo aos novatos.
Mas você sabe por que isso ocorre?
A lógica é a seguinte: se você deixar os integrantes mais novos por último, existe uma grande chance de eles se afastarem do comboio. Isso deixaria todo o grupo fragmentado e vulnerável. E isso são situações que todo Road Captain evita.
No final do curso, um dos testes era planejar e liderar o grupo em um trajeto escolhido por mim. Eu, com a minha característica de organização, pensei em cada detalhe, cada quilômetro que seria percorrido, quantas paradas faríamos, onde faríamos… Tinha uma grande responsabilidade. Mas eu estava pronto para colocar em prática todo o conhecimento que eu havia aprendido ao longo da formação.
Apesar de todo meu perfeccionismo, eu quase coloquei todos em risco.
Em uma parte do trajeto, o meu gps parou de funcionar. Estávamos em uma região com pouco sinal. Eu não conhecia o local e estava contando com a tecnologia para me ajudar.
O que eu iria fazer? Eu era responsável pela segurança de todos. Não podia nem ficar ali aguardando que o equipamento desse algum sinal de vida e nem sair sem rumo pela região.
Minha primeira ação foi parar em um local seguro e reunir todos os integrantes. Relatei a situação a todos e pedi ajuda. Por sorte, um dos integrantes conhecia muito bem a região e pode me ajudar na liderança do grupo. Foi através da parceria e do espírito de equipe que nós conseguimos seguir viagem e completar o roteiro.
Depois de passar por essa situação, percebi o quão parecidas são as organizações da minha empresa e dos grupos de motociclistas. Na minha empresa eu também sou responsável pela minha equipe. Preciso planejar o que será feito, organizar o que cada um irá fazer e como irei guiar quem trabalha comigo. Perceba que eu falei comigo e não para mim.
Para eu ter sucesso, preciso ter uma equipe parceira. Pessoas que pensem junto e que me ajudem a achar soluções assim como aconteceu no meu teste da formação de Road Captain. Mas para isso acontecer, é preciso colocar cada um próximo a mim e não lá atrás, da mesma forma como é organizado um grupo de motociclistas.
Esses ensinamentos uniram a minha paixão pelo motociclismo e pela minha empresa.
(Entre a tradicional germânica Vila Itoupava e Pomerode)
Se você tem paixão por motos ou alguma outra coisa, pratique e viva com intensidade. São essas experiências que podem abrir nossa mente, quebrar paradigmas e ainda ajudar na nossa evolução.
Você tem feito o que ama? O que acha de começar agora?
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