

Desde o surgimento da primeira inovação tecnológica, a dúvida e debate entre as pessoas sempre acaba em uma famosa pergunta: iremos perder espaço para a tecnologia no mercado de trabalho? Já lhe adianto que não, desde que você conheça as tendências, saiba dos seus pontos fortes e não trabalhe como um robô, senão será substituído por um, apenas uma questão de tempo.
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Pode ser que uma função X seja substituída por uma máquina, mas outra será criada pois alguém precisa comandar o equipamento e tecnologia, concorda? O Luciano Gulgen, que atua no segmento de Comunicação e Marketing há mais de 10 anos, e que construiu este artigo comigo, comentou em um de seus conteúdos no LinkedIn um dado que chama bastante a atenção: nos próximos 20 anos, 47% das profissões terão desaparecido, segundo uma pesquisa feita pela Universidade de Oxford. Isso significa que você precisa se desesperar? Se você tiver uma marca pessoal e imagem profissional forte, não. Caso contrário, arrancará todos os fios de cabelo.
Conheci o Luciano na época em que eu fiz meu mestrado em Design. Desde lá, compartilhamos informações sobre como a tecnologia tem impactado a área da comunicação, do marketing e no relacionamento que os profissionais têm com os clientes.
Resolvemos então compartilhar com você algumas informações que podem influenciar o futuro da sua carreira, modo como trabalha e como constrói sua marca pessoal.
Empatia como o novo pré-requisito das futuras profissões
Vivemos um momento da nossa existência no qual a oferta por ferramentas e tecnologias aumenta diariamente. Período em que surgem cada vez mais soluções “enlatadas”, como o Luciano diz, que prometem dar um fim aos problemas e desafios diários, não é mesmo? E muitas delas influenciam diretamente na existência ou não de determinada profissão. Por mais que o número de profissões que serão riscadas da lista assuste, outro dado nos faz respirar novamente:
E essa taxa tende a subir em 2030 para 85%.
O fato de estarmos mais conectados não significa que o foco não seja mais o ser humano e as relações humanas. Na verdade, é bem pelo contrário, sabia? Os novos postos de trabalho serão criados com um objetivo em comum: facilitar a sua rotina diária para que tenha mais tempo para dedicar a si mesmo, a sua equipe e seus clientes.
Por esse motivo que desde já os mercados B2B e B2C têm se aliado a um novo conceito nos negócios, o Human to Human, também conhecido como H2H, que busca trazer mais experiência ao cliente por meio do relacionamento entre cliente e empresa, e da tecnologia utilizada nessa comunicação. Para que? Para fazer com que essas relações sejam mais empáticas, que os profissionais de fato entendam e prestem atenção no que o cliente necessita.
Se analisarmos as 5 maiores empresas de tecnologia do mundo, veremos que o quinteto não só tem uma tecnologia de ponta, como também tem investido em ações e soluções que busquem aumentar essa experiência ao cliente:
Portanto, não caia na conversa de que daqui alguns anos não teremos mais espaço no mercado, ok? O objetivo das inovações tecnológicas é facilitar nossa vida. Mas como tudo tem uma exceção, é preciso ter muito cuidado ao investir nelas para auxiliar no crescimento da sua marca pessoal.
Quando a tecnologia acaba mais atrapalhando do que ajudando sua marca pessoal
A intenção dos novos softwares e tecnologias criadas é, principalmente, auxiliar a entregar um serviço com mais qualidade. Porém, se o profissional não souber aproveitar de forma adequada o que eles oferecem, o que era para ser uma vantagem competitiva no mercado, pode acabar sendo um tiro no pé. Para você entender o que estou falando, vou citar o caso dos chatbots.
Eles foram criados para trazer cada vez mais automatização à comunicação, serviços e atendimentos. São softwares em formato de robôs desenvolvidos para interagir e conversar com as pessoas. Quanto mais a tecnologia e a inteligência artificial avançam, mais personalidade eles ganham. Conforme a resposta que a pessoa dá, eles já sabem a mensagem que devem enviar e assim solucionar a necessidade dela.
Lembro que no dia em que fui gravar o podcast com o Raphael Godoy, gerente de marketing da Zenvia, quem me atendeu na porta de entrada foi um painel. Ali fui respondendo as perguntas que o robô me fazia para ao fim digitar o nome do dele e o mesmo ser avisado que eu havia chego.
Podcast gravado na sede da Zenvia na Avenida Paulista em São Paulo (SP) – Fonte: Acervo Pessoal
Para esse tipo de estratégia, os bots funcionam bem. Porém, quando trazemos essa inovação para automatizar os processos e ajudar a gerir uma marca pessoal…a probabilidade de termos uma imagem negativa ao invés de positiva é grande, viu?
Imagine a situação
Pense comigo: você iria gostar de entrar em contato com alguém e rapidamente ser respondido, certo? É isso que todo mundo quer. Acontece que, por mais que tenha recebido um retorno de maneira rápida e provavelmente tenha aberto um sorriso por isso, o santo desconfia, não? Ainda mais se a pessoa com a qual está entrando em contato tiver uma agenda apertada. Você sabe que não foi ela que respondeu.
Na era do H2H, ao optar por utilizar bots em suas redes sociais, por exemplo, você corre o risco de perder alguns pontos com aquela pessoa que poderia virar sua fã, seguidora ou mesmo cliente. Por quê? Porque as respostas automáticas não trazem aquela sensação de personalização. O que mais os usuários querem hoje é ter uma experiência distinta dos seus outros clientes.
Uma outra situação ainda mais próxima da nossa realidade no LinkedIn é a seguinte: quantas vezes você aceitou o pedido de conexão de alguém e alguns segundos depois de clicar no botão de aceitar apareceu aquela mensagem inbox dizendo:
“Olá (nome). Muito obrigado pela conexão!”
Eu recebo várias e inclusive com outros nomes. Já me chamaram de Vanessa, Salete, Igor e Wellington, como relatei esses dias inclusive em um post. Ou seja, nessas situações os pontos negativos vem em dobro, porque além de você enviar a mesma mensagem para todos aqueles que se conectam, ainda não teve o cuidado de enviar com o nome correto.
Tecnologia vs Humanidade – O que elas têm a ver com a sua carreira?
O H2H (human to human) é mais do que tendência, é um fato, principalmente quando envolve tecnologia. Ela precisa ser vista como parte do processo e não como o processo em si.
No caso dos chatbots que citamos antes, os softwares são desenvolvidos para simular a interação entre máquina(atendente) e humano (cliente) da forma mais natural possível, como se realmente fosse um ser humano do outro lado do telefone, e-mail, chat do site, das redes sociais, etc. Dessa forma, aumenta-se a produtividade do atendimento, facilitando (ou não) ao cliente as informações de maneira ágil e objetiva, mas sem perder a essência do atendimento “humanizado” pois em algum momento haverá um ser humano ligando todos esses dados coletados pelo robô.
Alguns pontos positivos da implantação desta ferramenta:
- Agilidade no atendimento;
- Economia para as empresas;
- Facilidade em utilizar a ferramenta;
- Tecnologia em evolução;
- Escalabilidade.
Pontos negativos:
- Não cabe em todas as situações (o exemplo da marca pessoal entra aqui);
- Perda da humanização na interação entre empresa x cliente;
- Pode não oferecer toda a segurança em todas as situações;
- Perda da flexibilidade nas decisões.
Esse último ponto o Luciano já sentiu na pele e o fez ter péssimas experiências com algumas marcas, como a operadora Tim.
Claro que a utilização ou não vai depender do tipo do negócio da empresa. Não é porque não deu certo com uma que em outra não dará. Inclusive, temos alguns exemplos de marcas que não só utilizam a ferramenta como também já deram nomes a elas:
- Apple: Siri
- Amazon: Alexa
- IBM: Watson
- Cacau Show: Cá
- Localiza: Bots no atendimento do Messenger e WhatsApp
- Magazine Luiza: Magalu
- Bradesco: BIA
- Leroy Merlin: LIA
Dois alertas sobre os chatbots
Aqui eu e o Luciano deixamos dois alertas caso esteja avaliando investir em chatbots na sua empresa ou site próprio para sua marca pessoal:
- De nada adianta instalar e depois não monitorar o perfil dos leads, os tipos de pedidos, não saber os horários ideais para deixar a ferramenta disponível ou mesmo em quais landing pages deixar o chat visível;
- Antes de concluir o pedido de compra de um software, se pergunte se sua empresa ou você mesmo está fazendo o famoso FCA (feijão com arroz). Pode ser que o que falte para você ter sucesso não seja o auxílio de uma tecnologia, mas o básico da sua profissão.
A rapidez com que a internet foi disseminada pelo mundo é enorme diante das outras tecnologia e enquanto profissionais devemos estar muito atentos a tudo que está acontecendo para que a empolgação não acabe prejudicando todo o seu esforço e criação de imagem até o momento.
Quais as profissões você acredita que serão extintas nos próximos 20 anos?