

Muitos dizem que é sorte. Outros, que é o trabalho árduo que gera as oportunidades de carreira que muitos não entendem como surgiram. A verdade é que a maioria das pessoas almeja alcançar sucesso na carreira profissional e pessoal, mas poucos querem pagar o preço do suor para conquistar. Sair em busca do reconhecimento naquilo que faz de melhor e se entregar a fazer realmente é para uma menor parte. Mas para isso, é preciso ter foco, disciplina e muita determinação.
Enquanto alguns ficam olhando, outros estão se dedicando, seja no estudo ou no trabalho que requer desempenho e dedicação da pessoa. Independente da idade, as pessoas gostariam de “correr” atrás de seu propósito, do seu objetivo na vida, mas por que então poucos se movem nessa direção? Pode ter certeza que nem tudo são “flores” pelo caminho! Mas a atividade bem focada sempre leva a excelentes resultados. É preciso ter persistência, garra e planejamento para almejar o que se pretende na carreira. Para isso, você precisa estar preparado e pronto para as adversidades que possam surgir ao longo do caminho.
Para inspirar na sua jornada, conversei com a bailarina Vitória Martiny, que começou seu sonho com quatro anos de idade. Foi galgando e, com simplicidade, buscando seu espaço. Atualmente, atua na Companhia Jovem da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil e tem a intenção de atuar em companhias dos Estados Unidos ou da Alemanha, em breve.
Bastidores do episódio do Dalbosco Cast com a Vitória Martiny na sede Bolshoi Brasil em Joinville (SC) – Fonte da Imagem: Acervo Pessoal Ricardo Dalbosco
A Vitória tem uma história emocionante e muito cativante que compartilhei aqui neste bate-papo. O desafio que ela enfrentou é o de muitos brasileiros: sair do interior e buscar a projeção da sua marca pessoal por meio da carreira em cidades maiores.
Dalbosco: Vitória, você saiu do município de Alto Feliz, no interior do Rio Grande do Sul para o Bolshoi. Sua irmã mais velha está como primeira solista no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Como foi isso?
Vitória: Eu falava para minha mãe que amava dançar mas que achava que não ia seguir como profissão porque via como era difícil, como ela sentia saudade, como era todo um trabalho assim de manter a distância e continuar torcendo por ela. Aí, eu falava que não ia ser, mas chegou a hora, o momento que: “Mãe, vou ser bailarina também! Não tem o que fazer!”.
Dalbosco: Você começou os ensaios no Rio Grande do Sul. O que é interessante da Vitória é que ela não entrou como criança aqui. Eu gostaria que você contasse um pouco dessa trajetória dentro do balé.
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Vitória: Eu comecei acho que com três ou quatro aninhos de idade, bem pequena. Fazendo baby class. Era somente por hobby na Escola de Balé Candice Assmann, lá na minha cidade de Feliz. Uma escola pequena e que agora graças a Deus está crescendo muito. A minha professora sempre viu potencial em mim, mas lá não me forçava querer que eu seguisse como profissão.
Dalbosco: Hoje em dia tem foto sua lá na escola!
Vitória: Sim! Eu sempre fiz por hobby. Até que chegou nos 13 anos de idade, a professora falou para os meus pais se eu podia ir para algumas competições lá no Rio Grande do Sul mesmo. Daí meus pais deixaram e comecei a ir. Teve uma competição que consegui a possibilidade de ir para Nova York competir em um evento um pouco maior. Foi em um momento em que eu pensei, poxa, será que realmente eu vou ser bailarina? Será que isso não é para mim? Eu era bem novinha. Eu tinha 14 anos.
Dalbosco: E como foi em Nova York?
Vitória: A competição chamava Valentina Kozlova… Em um teatro menor e digo que foi uma experiência grandiosa para mim. Meus pais não foram. Eu lembro assim que na época era um sonho. Era tudo gigante.
Dalbosco: Nossa…olha o Empire State. Aqui passou o King Kong. Era tudo novo!
Vitória: Sim. Aí eu retornei, continuei fazendo aulas e comecei a levar mais a sério. “Acho que eu vou ser bailarina mesmo” “Então, vamos começar a trabalhar mais”. Porque naquele momento eu tinha aquela dúvida para mim. Será que não vai ser muito difícil para minha mãe. Ela já teve uma filha que foi embora e, se eu for embora vai ser muito difícil. Percebi que realmente era minha vida. Eu comecei a ensaiar todos os dias, que até então eu fazia algumas vezes na semana, aula de balé, vários treinos e aí surgiu a oportunidade de fazer a audição por vídeo para vir para cá, a pré-seleção e aí eu mandei o vídeo. Daí foi fluindo assim.
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Dalbosco: Aqui para o Bolshoi…
Vitória: Eu fui aprovada pelo vídeo e vim para cá em outubro de 2016. Na época com 15 anos.
Dalbosco: Aí que entrou, formou-se aqui.
Vitória: Isso, em 2019. Eu entrei na 6ª série porque tem duas possibilidades de audição: quando você é criança é avaliada mais pelas questões físicas e não tanto pela etapa artística de dança mesmo. E quando você entra um pouquinho mais velho, você faz uma aula de balé como teste. E aí foi o meu caso. Consegui passar e vim.
Dalbosco: São oito anos no total, não é?
Vitória: Isso. Para quem começa mais cedo são oito anos de formação.
Dalbosco: Vitória, você se formou em 2019 e logo em seguida entrou na Companhia Jovem. Muitas pessoas não sabem o que é isso, mas é uma companhia dentro do Bolshoi. Explica como é que funciona esta dinâmica.
Vitória: Na 8ª série a gente vai dançando mais, no nosso ano de formatura, galas da escola e todo nosso processo, no trabalho diário das aulas, todas as disciplinas a gente é visto, é avaliado, de certa forma, e aí, no final do ano, a gente tem a possibilidade, pelas apresentações da nossa formatura e das avaliações das disciplinas, de conseguir o contrato de ficar mais um ano aqui e trabalhar na companhia. A Companhia serve como ponte.
É um momento entre ser um estudante e ser um profissional e poder ir para as grandes companhias que a gente tanto sonha. Então, é um período bem bom para a gente trabalhar bastante, aprimorar ainda mais o que a gente precisa tecnicamente e dançar, ter experiências no palco, preparar material, que também é muito importante. Então, é uma super experiência assim de primeiro emprego.
Bastidores do episódio do Dalbosco Cast com a Vitória Martiny na sede Bolshoi Brasil em Joinville (SC) – Fonte da Imagem: Acervo Pessoal Ricardo Dalbosco
Dalbosco: Primeiro emprego, mas “um passarinho me contou” que seu sonho é Estados Unidos ou Alemanha. Quando a gente pega a história do Bolshoi aqui no Brasil, já são muitos e muitos bailarinos formados pelo Bolshoi Brasil, em Joinville, Santa Catarina, que estão, seja nos Estados ou na Alemanha. Na Alemanha, se eu não me engano, inclusive é o país que mais tem bailarinos do Bolshoi Brasil atualmente. Se aqui estivesse hoje aqui em cima da mesa escolheria: Munique ou Nova York…
Vitória: Ia ser difícil. Acho que é uma série de fatores que a gente precisa avaliar assim. Quando a gente é menor e a gente tá no começo assim deste sonho todo, a gente só quer ir para grande companhia. A gente nem pensa onde que for, sabe…
E a gente vai vendo que tem vários fatores. A qualidade de vida, o salário também, tudo né, todos os fatores. É uma mudança de vida. Você vai lá para começar tudo do zero. Então, não sei o que eu escolheria. Teria que avaliar muito bem, mas acho ambos, eu estaria feliz.
No Brasil, infelizmente ainda a arte e a cultura são vistas de uma forma, muitas vezes, voluntária e nem tanto remunerada. Muito difícil, muito diferente de algumas culturas lá fora que o incentivo sim é financeiro também. Quando a gente fala em Estados Unidos, quando se fala em Alemanha, são dois exemplos com relação a isso. Ainda tem um caminho muito longo.
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Dalbosco: Vitória, como é conseguir chegar neste nível, na sua opinião, no mercado nacional?
Vitória: É um caminho ainda talvez longe que a gente vai percorrer até chegar a isso que a gente tanto almeja mas acho que a gente não pode perder a esperança de que em algum momento a gente vai se valorizar da maneira que deveria e remunerado e visto que é uma arte, que é uma profissão, que precisa de valor.
Eu sei que com todo mundo que converso e de colegas, como seria bom se realmente tivesse essa valorização, remuneração e tudo. E a gente não precisava ir para fora, sabe. Quem não quer estar em seu país, com a sua família de plateia, sabe, podendo fazer arte aqui dentro e não só para fora. Porque imagina se todos os artistas incríveis que saem do Brasil estivessem aqui, sabe. Seria uma potência talvez.
Dalbosco: Muitas vezes, a mudança acontece pela fase de valorização. Não é porque você quer ir morar em Nova York. Você pode ir passear, mas é muito a questão da valorização do profissional. Tantos anos de dedicação e você faz isso desde os três, quatro anos. Ou seja, são 14 anos, praticamente, correndo atrás de um sonho. Depois que se tornou sonho, começo era um hobby que se tornou depois frequente, mas aí você falou um negócio bem interessante. Não quer dizer que as pessoas não queiram viver aqui, muitas vezes, mas é a questão da própria oportunidade de valorização do profissional.
Vitória: Sim. É bem isso…
Dalbosco: Vitória, existem características muito comuns do profissional que dá certo, por exemplo, no balé e aqui no Bolshoi. Quais são as características das pessoas que não dão certo, por exemplo, na dança, no próprio Bolshoi?
Vitória: Acho que é quem não vai atrás mesmo. Quem não tem essa disciplina de lutar todo dia a dia para melhorar suas dificuldades técnicas porque, querendo ou não, por mais dificuldades que um bailarino tenha, sempre têm as nossas dificuldades.
Dalbosco: Constância significa manter a excelência…
Vitória: Exatamente, para chegar nos resultados. Eu acho que não correr atrás, não se entregar para isso, é quem não tem esta disciplina de estar todo dia lutando, trabalhando, dando o seu máximo, sem dúvida.
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Dalbosco: Vitória, para aqueles que pensam em entrar no mundo da dança, vamos dizer assim, e especificamente também aqui no Bolshoi. Quais são as dicas que você dá?
Vitória: Trabalhar muito, trabalhar duro e não se deixar levar pela dificuldade porque não vão ser poucas. Mas se é o que você quer, se é este o seu sonho, vale a pena. Porque a arte nos preenche muito. A arte nos transcende, nos faz sentir coisas incríveis. Então, se este é o seu sonho de estar na dança, na arte, não vale a pena desistir. Vale a pena continuar, vale a pena lutar, vale a pena sofrer, chorar, tudo, tudo que tem direito para chegar…chegar lá nos resultados, que vai valer a pena. É uma entrega diária, mas vale, vale muito a pena.
Dalbosco: Você veio para o Bolshoi, de 14 para 15 anos, claro, que já era uma jovem, não era mais uma criança. Já tinha uma certa independência com algumas atitudes, já longe da família, mas já era a primeira vez que morava fora da casa dos pais. Quando chegou em Joinville, qual foi a maior dificuldade?
Vitória: Acho que foi a saudade.
Dalbosco: Não foi a cobrança dentro do Bolshoi.
Vitória: Acho que não. Acho que foi a saudade porque eu queria muito estar aqui. Queria viver tudo isso, ter todas as disciplinas, evoluir. Eu estava com muita vontade de crescer, sabe, como bailarina, como pessoa. Então, acho que isso não foi o mais difícil, mas foi a saudade mesmo, porque eu sempre fui muito apegada a minha família. Sempre fui muito família, assim, muito coração, sabe. E aí sair de lá para estar aqui sozinha, assim, foi um susto, foi um choque de realidade.
Bastidores do episódio do Dalbosco Cast com a Vitória Martiny na sede Bolshoi Brasil em Joinville (SC) – Fonte da Imagem: Acervo Pessoal Ricardo Dalbosco
Dalbosco: Agora, a mamãe é capaz de perder a terceira filha para também a dança. A mais nova, a caçula…
Vitória: Bem provável. Ela já tem que se preparar. E ela é uma artista, assim, completa dez anos já. Ela canta, ela desenha, ela pinta, ela faz hip hop, jazz, tudo.
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Dalbosco: Para quem quiser seguir você e aprender com você, não só tecnicamente, mas também em termos de dificuldades. Aprender com a superação que você teve frente às dificuldades, como é que faz? Qual é o seu Instagram?
Vitória: Vitória Martiny, com “y” no final 🙂
Instagram Vitória Martiny – Fonte da Imagem: Acervo Pessoal Ricardo Dalbosco
Dalbosco: Se você quiser ver mais conteúdo a respeito disso, os desafios de profissionais aqui dentro do Bolshoi, eu, como influencer do Bolshoi Brasil, estarei levando para vocês conteúdos inéditos. Seja com bailarinos fantásticos como a Vitória, seja com professores ou com a própria direção, ou seja, mostrando o universo em diversas frentes que há aqui dentro.
Sua carreira como prioridade
Para quem pretende “ganhar” o mundo, é importante ter meta, foco e muita determinação frente às adversidades. Há muitos caminhos tortuosos e cheios de obstáculos. Desistir não pode constar no dicionário de uma pessoa que quer tanto obter sucesso no trabalho ou na família.
Muitas vezes, as pessoas precisam de uma pessoa de fora do seu círculo para poder mostrar o “caminho das pedras”. Este(a) profissional pode servir como um mentor(a) para ajudar você a, muitas vezes, abrir os olhos para aquilo que você almeja e guiá-lo nessa jornada da sua carreira.
Saiba mais sobre minha mentoria para fortalecimento de marca pessoal e carreira
Assim como os professores detêm conhecimento, os mentores ou especialistas em determinados assuntos também estão preparados e prontos para aconselhar e mostrar os melhores caminhos, com dicas e alternativas não apenas para o seu sucesso, mas também para uma melhor gestão de riscos da sua carreira. Esse profissional pode ser a ponte que falta para você ganhar o mundo.
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Além de poder contribuir com a carreira e marca pessoal de diversos conselheiros e executivos, também sou influencer do Bolshoi Brasil, o único local fora da Rússia em que há uma escola de excelência auxiliando no crescimento da marca e na formação dos alunos e profissionais que fazem parte dela.
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O voluntariado ao auxílio de carreira de diversos profissionais como esses também faz parte da minha marca pessoal. Se você apoia esse movimento, comente sobre ações que buscam construirmos uma sociedade mais justa por meio da construção e fortalecimento de marcas cativantes e inspiradoras.