

Muito provavelmente você já teve vontade de descobrir quanto os CEOs ganham. O CEO (Chief Executive Officer) é o maior cargo executivo de uma empresa e muitos profissionais querem chegar a essa posição em algum momento de suas carreiras.
Ocupar a posição de CEO não é tarefa fácil. Se você quer ter uma agenda sem compromissos de última hora e reuniões em horários fora do habitual, nem insista em querer ser um. Neste artigo compartilho com você alguns dados sobre o quanto eles ganham e como eles podem ter mais autoridade em suas marcas pessoais nos próximos anos para chamar a atenção de novos contratantes.
Por que CEOs ganham tanto?
O que um CEO recebe equivale não apenas ao esforço que ele tem em fazer o negócio crescer e prosperar, mas em função de diversos outros aspectos: mercado, marca pessoal, networking, “apadrinhamentos”, conexão com investidores e Conselho, etc. Apesar de terem um salário-base, a maior parte do que recebem é uma remuneração pelo sucesso da empresa.
Uma pesquisa feita pelo IBGC, com 233 empresas listadas em segmentos diversificados de governança corporativa e Bolsa da B3, buscou entender como elas fazem a composição do pagamento dos CEOs:
89% das empresas entrevistadas remuneram os CEOs por meio de pagamento fixo e variável – Fonte: Infomoney
Apesar de parecer simples, a remuneração de um CEO não é mais complexa do que se imagina. É comum o seguinte perfil: uma vez por ano, os comitês de remuneração, compostos por conselheiros e executivos, reúnem-se para analisar o sistema de cálculo do pagamento. Portanto, além de fazer uma boa análise na performance do CEO, também fazem benchmarking para comparar os valores com outros executivos do mercado.
No Brasil, a média anual de remuneração de um CEO em 2019, considerando as empresas listadas no Ibovespa, foi de R$11,28 milhões/ano. Esse valor representa 75 vezes mais que a remuneração de um colaborador da empresa. Veja abaixo as maiores diferenças entre os cargos de CEOs e colaboradores de empresas em 2019:
Lojas Americanas e rede Pão de Açúcar assumem o topo do ranking – Fonte: G1
Das empresas da lista da Ibovespa analisadas, essas foram as que registraram as maiores remunerações anuais no Brasil:
- Itaú: R$ 52,06 milhões
- B3: R$ 51,25 milhões
- Santander: R$ 45,32 milhões
- CVC Brasil: R$ 37,9 milhões
- JBS: R$ 32,14 milhões
- Bradesco: R$ 30,66 milhões
- Cosan: R$ 27,25 milhões
- Cogna: R$ 22,82 milhões
- Magazine Luiza: R$ 21,25 milhões
- Braskem: R$ 21,12 milhões
Olhando em nível global, esses foram os CEOs e executivos mais bem remunerados no ano de 2020 segundo a matéria publicada no Blog da AAA Inovação do amigo e CEO Lucas Lima:
Elon Musk (Tesla) assume disparado a liderança – Fonte: Blog AAA Inovação
Se olharmos para o CEO mais remunerado no mundo, Elon Musk, e fizermos uma pesquisa rápida sobre seus ganhos, veremos que ele é um dos profissionais que não possui salário. Sim, o fixo dele é US $0. Tudo o que recebeu em 2019, por exemplo, veio em função de opções de compra de ações da montadora.
7 setores com maiores remunerações aos CEOs
Sim, ainda há a questão do setor que pode influenciar no valor da remuneração de um CEO. Segundo matéria publicada pela Forbes com dados levantados pela Mercer, esses foram os setores que pagaram melhor a salário-base anual em 2018:
- Tecnologia – R$1.350.000 a R$2.050.000
- Energia – R$1.050.00 a R$1.600.000
- Bens de Consumo – R$1.000.000 a R$1.500.00
- Serviços – R$950.000 a R$1.200.00
- Ciências da Vida – R$900.000 a R$1.300.000
- Varejo Atacado – R$850.000 a R$1.200.000
- Químico – R$800.000 a R$1.200.000
Se você é CEO ou está em busca desse cargo, independente se o seu setor está na lista acima ou não, saiba que você pode sim aumentar seu ticket médio e influência no mercado com estratégias bem estruturadas.
Fale comigo para saber mais sobre minha mentoria.
Não é apenas uma questão de performance técnica
Atualmente, um salário de CEO não significa apenas sua capacidade técnica, mas também:
- O que representa em termos de marca pessoal na sociedade;
- Sua lealdade perante à instituição;
- Alinhamentos com o Conselho de Administração;
- Relacionamento com Investidores/Acionistas;
- Risco de migração para o concorrente;
- Capacidade de influenciar e liderar outras pessoas.
- Entendimento do setor (da cadeia de fornecimentos à cadeia de valores aos stakeholders)
Cada vez mais aumenta-se a importância que as marcas e investidores dão à capacidade de CEOs influenciarem digitalmente às novas demandas de serviços, produtos e receptividade da marca no mercado. Esse tipo de reconhecimento faz com que os profissionais comecem a olhar de uma forma diferente para a própria carreira. Entendem que investir em si mesmos é essencial para terem mais espaço no mercado.
Por exemplo, nos últimos anos, meus mentorados CEOs, em função da construção, fortalecimento e aplicação de estratégias que orientei, tiveram grande ganhos e conquistas. Cada um deles gerou diversos tipos de oportunidades não só para as organizações que fazem parte mas também para a sua marca pessoal própria por meio da projeção digital. Os resultados típicos que mais ocorrem após minha projeção de CEOs por meio da criação de perfis autênticos a eles nas redes sociais, foram esses:
1) Aumento de abordagens de potenciais investidores;
2) Crescimento do nº de clientes de médio e grande porte que entraram via canal CEO e não apenas pelo setor comercial;
3) Aumento do reconhecimento da marca empresarial no mercado;
4) Evolução do nº de parceiros comerciais estratégicos querendo fazer negócios com a empresa;
5) Convites frequentes para palestras sobre gestão, liderança e mercado (específico de cada CEO mentorado);
6) Maior abordagem por fornecedores qualificados;
7) Grandes players do segmento com objetivo de fusão ou aquisição;
8) Aumento exponencial de convites para lives com nano, micro e macro influencers no Brasil e exterior;
9) Demanda por mentorias particulares (aos CEOs que fizeram meu Programa de Mentoring de Mentores, lançando-os como mentores no mercado após elaboração do Plano de Mentoria);
10) Crescimento de convites para participação em programas ou entrevistas em televisão e rádio em nível local, regional e nacional nas grandes mídias (ex: CNN, Uol, Jovem Pan, Band, G1…);
11) Aumento da autoridade e respeito entre executivos, conselheiros e acionistas da empresa;
12) Número de seguidores nas redes sociais com crescimento acelerado aumentando o engajamento nos conteúdos e ajudando a distribuir mais a marca empresarial e pessoal;
13) Aumento de artigos na web a respeito da trajetória deles por meio de plataformas digitais;
14) CEOs presentes em capas de revistas;
15) Maior respeito pela classe empresarial;
16) Aumento da transparência, gerando mais confiança aos stakeholders do segmento. Atualmente, uma das atitudes mais valorizadas no Vale do Silício;
17) Efeito motivador nos colaboradores, fornecedores e parceiros comerciais em função do líder com perfil inspirador por meio online.
Por que os CEOs deveriam estar mais presentes nas redes sociais?
Se há uma rede social na qual eles podem ser encontrados, essa rede é o LinkedIn. Ao procurarmos por eles na barra de pesquisa, teremos acesso a milhares de perfis, tanto do Brasil como de outros países. Um estudo feito pela Ecco, analisou se os CEOs das 20 maiores empresas de 21 países estavam nas redes sociais (LinkedIn e Twitter) ou não. Em 2017, das 20 maiores empresas brasileiras, apenas 9 CEOs estavam no LinkedIn. Dois anos depois, o número subiu para 14 perfis.
Hoje, 73% dos executivos utilizam o LinkedIn – Fonte: Ads
Por mais que o número tenha crescido nos últimos anos, algo que tenho que lembrar e reforçar é: não é porque a quantidade de perfis aumentou, que os CEOs estão de fato presentes na rede. Nem todo profissional utiliza a ferramenta para ter um maior proveito e fortalecer sua marca pessoal…e atuar no LinkedIn está sendo um “Oceano Azul” de oportunidades a CEOs, Presidentes de empresas e Conselheiros que têm se posicionado por lá e os quais acompanho frequentemente por meio de estratégias de marca. Entretanto, há algumas justificativas por muitos deles do porquê eles não utilizam a seu favor e ficam ausentes:
- Falta de tempo
- Público-alvo inexistente
- Falta de conhecimento do que a rede é capaz
Os três itens acabam se conectando e explicarei o porquê começando do terceiro para o primeiro. Não ter noção dos benefícios e vantagens que uma rede social como o LinkedIn pode gerar a própria marca pessoal faz com que um CEO ache que seus potenciais clientes e parceiros não estão na rede. Por terem isso como base, não a colocam como estratégia em suas rotinas e justificam com falta de tempo. E não os julgo por pensarem assim. O LinkedIn em si, sem uma estratégia de construção de marca pessoal por trás, pode levar a lugar algum e de fato ser uma perda de tempo, principalmente se o profissional for mal orientado por quem não possua bagagem nesse mercado como estrategista de marca pessoal.
Antes de iniciarem os processos de mentoria, muitos dos meus mentorados pensavam dessa forma. Porém, mostrei a eles o porquê deveriam estar mais presentes na rede:
1. Comunicação direta com o público-alvo
O que a maioria dos clientes quer hoje é ter proximidade com o CEO da empresa e não com o setor de comunicação da marca. É por meio do CEO que eles querem ter acesso às novidades, aos avanços, aos aprendizados que esse profissional ou marca podem oferecer. A criação da mensagem de valor de marca e da cultura corporativa pode começar por meio do executivo. Para você ter noção, o perfil de um CEO no LinkedIn é a segunda fonte utilizada por leitores para saber sobre informações de uma empresa, segundo pesquisa da Brunswick, atrás apenas do site da empresa.
2. Marca pessoal forte gera autoridade
Por si só o cargo CEO já é respeitado. Acontece que quando há o fortalecimento da marca pessoal desse profissional, sua autoridade na rede e no mercado aumenta. Quando um CEO começa a compartilhar seus pensamentos, opiniões, acertos e erros na rede, ele gera mais interesse em função da transparência, impactando mais pessoas e gerando maior credibilidade.
3. Mostra que é acessível
Se estivesse escrevendo esse texto há alguns anos, com certeza não estaria escrevendo esse tópico, pois o caminho para entrar em contato com um profissional com esse alto cargo era longo e nem sempre tínhamos acesso ao pote de ouro. Tínhamos que falar com a secretária da secretária para tentar conseguir falar com o CEO da empresa…e olhe lá. Ou seja, eles viviam em um universo só deles em que meros mortais podiam ter contato. Não é mais assim, ou melhor, não tende mais ser assim. Claro que ainda existem aqueles que preferem seguir com essa postura, mas os valores mudaram e a humanização por meio da comunicação digital está cada vez mais presente e valorizada no mercado.
Além dos três itens acima, o fato dos CEOs estarem mais presentes nas redes sociais faz com que os próprios colaboradores da empresa fiquem mais motivados e engajados. Uma pesquisa feita pela Brunswick, em 13 países com 6,5 mil funcionários, mostrou que:
- 63% dos funcionários preferem trabalhar para um líder conectado;
- 86% dos funcionários esperam ler/ver um posicionamento dos CEOs sobre as ações a serem tomadas na empresa em uma crise;
- + de 60% dos funcionários confiam mais em um líder que está nas redes sociais.
Se olharmos apenas para os resultados da pesquisa focados no Brasil, onde foram entrevistados 600 funcionários e 400 leitores, temos os seguintes dados:
- 98% dos entrevistados no Brasil consideram importante que os CEOs dêem respostas de crises por meio das mídias sociais.
Por isso, reforço por meio de meus conteúdos em posts e artigos aqui na rede e em meu site a importância dos CEOs estarem presentes no LinkedIn e construírem suas marcas pessoais para benefício das suas carreiras assim como das empresas.
Estratégia que veio para ficar
Tem-se notado uma tendência de presença dos CEOs em redes sociais, mesmo que ainda de forma não tão produtiva como já mencionei. Desde 2010, a presença dos CEOs no mundo digital aumentou 122% segundo pesquisa feita pela Weber Shandwick. Ela concluiu que quanto mais os CEOs engajam por meio das páginas das empresas, mais as companhias conseguem impulsionamento. Além disso, verificou que quando o CEO aparece em vídeos corporativos, a influência na comunicação é bem maior.
Veja outros dados da pesquisa feita pela Weber Shandwick:
28% dos CEOs mundiais participam de grupos de networking – Fonte: Weber Shandwick
Será que um dos quesitos mais fortes nos próximos anos na avaliação da remuneração de um CEO será o poder do mesmo nas redes sociais? Para reflexão. Há muitos CEOs que não estão esperando para ver e tomarem atitudes de começar sua jornada de fortalecimento de marca por meio de estratégias de personal branding.
Além de auxiliar executivos a pensar e a estruturar esses caminhos, também busco ajudar nessa criação de networking entre eles e com headhunters. Muitos profissionais brasileiros têm assumido ótimas oportunidades internacionais que tenho divulgado em meu LinkedIn como essa abaixo:
O tamanho da responsabilidade, o papel que eles acabam exercendo nas mídias sociais por meio de suas marcas pessoais e o exemplo que geram dentro e fora das empresas interferem no que ganham, isto é fato. Mas uma coisa é certa, sem esforço, eles também não têm sucesso.
E você, acha justo o nível salarial de CEOs no Brasil? Gostaria de ler algumas opiniões nos comentários.