

Até pouco tempo, os termos personal stylist ou consultoria de imagem e estilo eram atrelados e nos faziam pensar rapidamente em marcas de grife: Louis Vuitton, Balenciaga, Dior, Chanel, Gucci, Prada, Cartier, Yves Saint Laurent e por aí vai. Ou seja, era um serviço ao mercado de luxo usufruído pela classe A/AAA. Alguns famosos tinham acesso a peças de grife e alta costura por meio de patrocínios a eventos presenciais, por exemplo, mas nem todas as marcas faziam esse empréstimo, algo que é bem comum hoje em dia.
Entretanto, esse avanço veio acompanhado de profissionais com baixa capacitação técnica e também com grandes falhas na competência da entrega ao público consumidor, começando a “queimar” o mercado. Não só pelo volume de profissionais, como aconteceu com o exercício do coaching nos últimos anos no Brasil, mas pela falta de entrega entre o esperado e o realizado. Afinal, quando:
Promessa < Realizado: Excede-se a expectativa do cliente
Promessa = Realizado: Cliente satisfeito
Promessa > Realizado: Insatisfação do cliente
Com o avanço da moda nas estratificações das classes sociais, e do surgimento de novas empresas do segmento, houve um aumento no acesso a esse universo a grupos com poder de compra menor, muito provocado pela amplitude de informação trazida pelo marketing online. Isso fez com que muitas pessoas passassem a dar mais importância ao modo que se vestiam e como eram vistas no mercado, pois as redes sociais e acesso ao conteúdo permitiram o aumento da percepção. Ela é o primeiro passo para que um cliente tenha em seguida a intenção de melhorar como se posicionar por meio da imagem.
Um estudo feito pelo Createst com um total de 4000 pessoas, mostrou que 79% dos entrevistados estariam dispostos a investir em uma consultoria de imagem. Então, logo no começo do meu artigo, fica a primeira dica para um consultor de imagem aumentar suas vendas: aumente a percepção dos seus clientes. Em resumo, é trazê-los do inconsciente para o nível de consciência de qual imagem está transmitindo.
Uma outra pesquisa, realizada pela Robert Half, com 1775 diretores de Recursos Humanos do mundo todo, registrou que:
Minha mentorada Bárbara Jung, responsável pelo setor de Compras Sul da Zara Man na Espanha, viu essa mudança acontecer e o movimento do mercado em relação a aceitação, tendências e construção de confiança e credibilidade por meio da imagem. Ela dá sua visão sobre o tema e que divide opiniões entre profissionais do segmento:
“Você se conhece? Você sabe o que quer transmitir dentro do seu setor ou como você quer que os seus colegas lhe vejam dentro do ambiente de trabalho?
Tenho 12 anos de Indústria e já vi algumas atrocidades por aí. A moda lhe permite ser livre para comunicar. Isso. Comunicar. Tudo o que você veste diz algo sobre você. Há alguns anos trabalhei em uma empresa de 5 mil colaboradores diretos. O lema da empresa era que
todos fossem iguais. Nesse momento, o comprimento da roupa não poderia ser um palmo acima do joelho, os saltos com mais de 3 cm não era permitido, bem como o cabelo solto. Para qualquer trabalhador. Fosse estilista, diretor ou costureira. Parece surreal, né?! Mas, uma mulher de salto alto impõe mais que uma de tênis ou não? Claro que sim! É senso comum! Logo, em outras empresas, já tive colegas em função de gerência comercial usando top cropped. Eu já falei sobre isso em um dos meus posts (clique aqui para ler).
Você, nessa função, já pensou que em determinado momento terá que ir até o financeiro, um ambiente que ainda é predominantemente masculino, para falar sobre números e cortes de preço? Com a barriga aparecendo, você realmente acredita que está passando confiança? Pelo menos em uma marca que não tenha um lifestyle praiano e lhe “convide” a ter looks informais, não, eu não acredito que você gere credibilidade.
Outro exemplo, um estilista não precisa estar com a última tendência ou a marca mais hype do momento, mas sim faz a diferença àqueles que têm estilo. E estilo não tem nada a ver com preço. Mas isso acredito que vocês tenham claro! Eu sempre vou preferir o combo que nunca sai de moda, jeans + camiseta branca que qualquer barriga aparecendo no ambiente corporativo. Por favor, sejam autocríticos e pensem em como querem que as pessoas os interpretem. Suas roupas são uma extensão da sua personalidade e necessitam encaixar com sua responsabilidade, pelo menos no âmbito empresarial.
Se dependesse de mim… eu andava de shorts e havaianas todos os dias. Mas não dá! Então, eu deixo para o final de semana!” – Bárbara Jung, responsável pelo setor de Compras Sul da Zara Man na Espanha
3 motivos do crescimento dos profissionais de consultoria de imagem
Ao mesmo tempo que o público começou a ter interesse e buscou por esse serviço, muitos profissionais também viram nele uma forma de negócio. Principalmente após o Covid entre 2020-2021, o exercício da consultoria de imagem foi impulsionado por três principais motivos:
1) As oportunidades de atendimento à distância e o rompimento da barreira geográfica em virtude da projeção digital facilitaram a aceitação por pessoas a serem “guiadas” online com relação à consultoria de imagem;
2) Diversos profissionais perderam o emprego e viram no impacto do cenário econômico criado pelo Covid uma oportunidade para buscarem exercer em suas carreiras algo que realmente tenha relação com seu propósito, e não mais ficar por 30 anos em uma “firma” trabalhando para outros;
3) Muitas pessoas demitidas perceberam que precisavam cuidar de sua imagem para também criar uma marca pessoal mais receptiva no mercado de trabalho e poder alcançar projeções maiores.
“E qual o desafio dentro desse cenário que se formou então Dalbosco?”
Quando uma atividade recebe uma alavancagem no mercado por necessidade e não por oportunidade apenas, geralmente acontece um alto percentual de fechamento de empresas entre 2 a 5 anos de atividades. É o típico que acontece no Brasil quando comparado a países com a economia mais estável e maior segurança a investidores e empreendedores. Uma massa de pessoas deslocam-se para essa atividade, mas não necessariamente isso é sinônimo de qualidade. Muita gente acaba então por exercer este negócio por necessidade e não por perfil.
Entretanto, não há nenhum problema nisso, afinal cada um sabe as contas que precisa pagar em casa, mas por outro lado muitos acabam prestando serviços rasos, desconexos com a necessidade do cliente e deixando várias pontas abertas que podem acabar prejudicando a imagem dos próprios profissionais que trabalham com a imagem. “Pode isso Arnaldo?” A regra é clara: pode e já vem acontecendo…e o mercado começando a sentir essa “tesoura” na estampa do mercado:
- preços sendo esmagados;
- “leilão” de valores entre consultores de imagem na cotação de clientes;
- muita tabela de colorimetria nas redes sociais mas pouco conteúdo de valor;
- muita preocupação com o “eu” e pouca com o objetivo do cliente;
- mais do mesmo no posicionamento de marca pessoal de muitos consultores de imagem nas mídias digitais.
Comércio varejista de vestuário e acessórios foi o segmento que mais cresceu – Fonte: G1
A grande questão é: onde consultores de imagem querem chegar além do “eu”? Para reflexão nos comentários, caso você consiga colaborar com sua visão.
Por mais que a consultoria de imagem tenha se espalhado no mercado, e isso vejo de maneira positiva quando acessível a outros públicos e desmistificando a premissa de que para se vestir bem é preciso ter roupas de grife, esse mercado corre o risco de virar o novo coaching no Brasil. Neste meu artigo explico o porquê e como os profissionais desse segmento podem se destacar no mercado para não cair na “vala comum” que aperta, esmaga, desmerece e fecha empresas.
Quem é o responsável pela valorização ou desvalorização da consultoria de imagem
Assim como no mercado de coach, o de consultoria de imagem não possui uma regulamentação. Ou seja, se amanhã você quiser colocar no seu LinkedIn que é um deles ou mesmo os dois, você pode, pois não há a necessidade de registro.
Hoje, já existem diversos cursos de certificação de consultoria de imagem para os profissionais que querem se aperfeiçoar nesse segmento, mas não um curso obrigatório para entrada no mercado. A consultoria de imagem tem um baixo requisito de entrada: um computador e um celular em termos de equipamento. Isso mesmo! Claro que formações, tabela de cores, entre diversos outros itens agregam e também podem ajudar na diferenciação competitiva em função da aplicação que você conseguirá por meio deles, mas não é impeditivo. Resultado? A suposta “saturação” do mercado a médio prazo para quem não tem reais diferenciais competitivos.
Para que a consultoria de imagem não siga o mesmo caminho que o coaching no Brasil e não perca a credibilidade e brilho no mercado, os profissionais que atuam nela precisam fazer sua parte.
Sim, o modo como o público vê a consultoria de imagem é criado por quem trabalha nele. Se os consultores de imagem não derem a devida atenção, na individualidade e no conjunto, para o tipo de conteúdo que compartilham com seus clientes e seguidores em redes sociais, ao invés de promoverem valorização ao profissional da área, poderão gerar prejuízos irreparáveis.
Mas como unir pela mesma causa profissionais que, geralmente, são concorrentes?
Outro desafio a ser superado e que será trazido pela maturidade de mercado, mas antes disso, infelizmente, muitos “quebrarão” os seus negócios de consultoria. Poucos e bons sobrarão de fato para contar a história daqui uns anos, os quais terão condições de viver de forma sustentável economicamente desta atividade, sem a necessidade da dependência de outras profissões para o sustento.
“Eu vejo a profissão com um olhar de muito otimismo, mas tenho algumas ressalvas. Primeiro ponto é que estamos vivendo um momento importante de transformação de comportamento. A imagem é uma extensão do nosso ser, então é importante que a consultoria de imagem seja disruptiva e fuja dos padrões de beleza impostos, ressaltando a identidade do cliente. Uma boa consultoria deve ser um processo humanizado e personalizado e o consultor não deve impor suas vontades. Portanto os consultores devem estar atentos a essas mudanças. Um segundo ponto seria com relação à qualificação desses profissionais, pois hoje a profissão não é regulamentada e o número de profissionais vem cada vez mais crescendo no Brasil. Eu acredito que em todas as profissões há bons e maus profissionais e que quem faz um trabalho sério continuará tendo o seu destaque. Cabe ao cliente buscar boas referências desse profissional e não colocar o preço como único fator ou o fator mais importante na tomada de decisão.” – Fabiolla de Paula, consultora de imagem
Foi pensando nessa questão em agregar aos seus clientes que minhas mentoradas e mentorados começaram a criar conteúdos de valor nas redes sociais. Não significa apenas mostrar o antes e o depois de uma cliente (a típica foto de Instagram), nem apenas dizer que para se vestir bem é preciso da peça x e y, mas oferecer e transmitir conhecimento e informações que façam com que as pessoas valorizem o mercado e os profissionais…e aumentem sua percepção quanto à importância do serviço do consultor.
Não tenha medo de dizer que não sabe se posicionar
“Dalbosco, não sei me posicionar na rede para que as pessoas valorizem meu trabalho. O que eu faço?”
Não há problema em não saber. Na verdade, é ótimo você identificar em si mesmo que precisa de auxílio para construir seu posicionamento de uma forma estratégica para fortalecer sua marca pessoal. Vejo diversos profissionais, da consultoria de imagem e outras áreas, querendo dar os primeiros passos sozinhos e sem um mentor. Claro que eles podem fazer o que quiserem, no estilo “me, myself and I”, mas se não souberem o que estão fazendo e não agirem de maneira estratégica, a probabilidade de queimarem seus nomes é grande, além do aumento dos custos, energia, termo e riscos.
Quando a Camila Pastro, consultora de imagem e colunista da Revista Topview, me procurou para darmos início ao seu processo de mentoria LinkedIn, ela também não sabia. O que tinha certeza era de que queria auxiliar as pessoas, o mercado e tornar sua marca pessoal cada vez mais forte para o aumento das oportunidades de negócios.
Desde que começou a aplicar dicas, conselhos e estratégias que fui criando para ela, tem tido diversas oportunidades tanto em termos de vendas quanto em parcerias. Uma das portas que se abriu para ela foi o convite de ser colunista da Revista Topview da Ric Mais Paraná:
Minha mentorada Camila Pastro tem se destacado no segmento de consultoria de imagem a mulheres – Fonte: Topview
Clique aqui para descobrir como funciona meu processo de mentoria LinkedIn.
“O avanço digital é outro fator que deve ser considerado, pois a exposição da imagem está em alta e todos querem estar bem para a foto perfeita, seja no trabalho ou nos eventos sociais. O mercado cresceu muito rápido e como a profissão de consultoria de imagem não é regulamentada, percebo muitas pessoas fazendo cursos básicos e rasos, que não capacitam o profissional para desenvolver um bom trabalho. As pessoas também confundem a profissão de consultor de imagem com ser blogueira(o) e muitos se intitulam profissionais sem ter essa capacitação.
O consultor de imagem precisa entender o processo por inteiro, buscar atualização constante, seja no conteúdo técnico como no repertório de moda, na história da moda, surgimento de tendências, mercado corporativo e comportamento como um todo. É necessário ter um olhar apurado, aplicar técnicas e metodologias e nunca o gosto pessoal do profissional deve interferir no processo do cliente, assim como o gosto de terceiro, seja marido, esposa, amigo ou mãe também não podem interferir. É o olhar para dentro de uma pessoa única. A pessoa que busca a consultoria deve procurar informações sobre o profissional, perguntar sobre sua formação e principalmente se identificar com a pessoa, afinal é um processo muito íntimo.” – Camila Pastro, consultora de imagem
Como transformar uma paixão por moda em negócio
Sim, você pode criar um negócio em cima daquilo que tem paixão em fazer, mas caso você ainda esteja inseguro se realmente dará certo ou que gostaria de seguir por esse caminho, não jogue “tudo” para o alto. Você pode começar de forma gradual, mesmo tendo outro trabalho em área distinta.
Minha mentorada Fabiolla Pereira começou sua jornada na consultoria de imagem dessa forma. Ele é engenheira de formação, mas tinha o universo da moda como paixão. O fato de trabalhar como engenheira em uma grande empresa não a impediu de seguir seu propósito em ajudar pessoas a alcançar a valorização interna por meio do posicionamento pela imagem externa. Ela é o verdadeiro exemplo de profissional ao modelo Slash Career.
Se você não leu meu artigo sobre o assunto, Slash Career é o formato de jornada profissional em que o indivíduo possui mais de uma atividade, em segmentos distintos, ao mesmo tempo.
Clique aqui para ler o artigo.
“Ok Dalbosco, quero dar esse primeiro passo e fazer da minha paixão um negócio, mas por onde começo?”. Bom, o primeiro passo você já deu, que foi decidir o que quer. Agora a próxima etapa é começar pelo básico: questione-se. Criei um método chamado POCA, o qual facilita essa reflexão: Em resumo, listo abaixo:
- Por que você quer ir por este caminho?
- Onde você quer vender?
- Como você irá fazer isso?
- A quem você irá vender?
Caso você queira conhecer em detalhes como funciona, veja a entrevista que dei ao ex-gestor da Rede Globo, atual Vice-Presidente Latam da Sinerlog USA e meu mentorado em estratégia de marca pessoal, Igor Pipolo. Você aprenderá o porquê criei esse método e como aplicá-lo na construção da sua marca pessoal a fim de alcançar o sucesso profissional em mercados ultra competitivos, como no caso da consultoria de imagem.
Sem isso estar muito bem alinhado com você mesmo, dificilmente você agregará valor ao seu público-alvo, já que talvez esteja surfando um “modismo” e não um objetivo real de vida. O “mergulho de cabeça” na área ocorre quando há algo maior a se alcançar além de pagar os boletos da próxima semana.
A partir disso, daí sim entra a definição de um plano de negócio envolvendo custos iniciais e recorrentes, serviços a serem prestados, parcerias comerciais estratégicas, precificação, formato de entrega, mapeamento da experiência do cliente, promoção, benchmarking, objetivos a curto, médio e longo prazo, company branding, personal branding, marketing pessoal, entre outros eixos fundamentais no arranque de um negócio que busca ser sustentável financeiramente..
O erro mais comum dos profissionais da consultoria de imagem
Costumo dizer que quando o olho cresce, o bolso emagrece (rsrs). E sabe o porquê? Pois muitos querem fazer tudo e acabam não entregando nada bem feito. Hoje em dia, é imprescindível o consultor de imagem ter parcerias de profissionais que tenham a mesma sintonia, responsabilidade perante o cliente e compartilhem dos mesmos valores. Há muitos consultores(as) que não percebem que, por vezes, um cliente que chega com determinada demanda poderia ter sido atendido de forma muito melhor e o profissional fortalecido seu conceito no mercado por meio de parcerias se não buscasse resolver tudo sozinho(a):
- Visagista;
- Mentoria de Carreira;
- Especialista em maquiagem;
- Mentor de Marca pessoal;
- Estrategista de LinkedIn;
- Linguagem verbal;
- Linguagem corporal;
- Etiqueta (presencial e digital/netiqueta);
- entre outros profissionais.
Ou seja, se realmente há um compromisso de sucesso com o cliente, consultoria de imagem e estilo é muito mais complexo do que muitos imaginam. Mas as questões que se destacam neste debate são:
- Os profissionais deste mercado estão cientes disto?
- As instituições que estão formando esses profissionais realmente estão conseguindo gerar esse novo aporte de conhecimento aos recém formados?
- O cliente está disposto a entender essa complexidade ou só quer resolver pontualidades em termos de imagem?
- O público consumidor está disposto a pagar por tudo isso enxergando como investimento e não custo?
São reflexões que trago aos profissionais desse segmento e que precisam ser destrinchados em suas trajetórias a fim de que impactem positivamente seus mercados.
O grande problema é quando profissionais querem se dizer como mentores de personal branding, por exemplo, mas cobrem apenas uma parte ou não possuem uma equipe forte que agregue na defesa deste conceito. Isso enfraquece a própria imagem e do mercado. Frequentemente, recebo clientes reclamando que contrataram anteriormente profissionais que se diziam se passavam por mentores de marca, por exemplo, mas trabalhavam apenas em consultoria de imagem e davam alguns pitacos.
Eu procuro criar e manter parcerias que agregam e que também possa agregar com profissionais de diversos segmentos. A imagem abaixo é um exemplo disso, na qual retrata um encontro que tive com meus amigos, Alexandre Taleb, o maior consultor de imagem masculina do Brasil, e o diretor geral do Hotel Sheraton Fernando Guinato.
Encontro entre amigos na suíte presidencial do Hotel Sheraton – Fonte: Acervo Dalbosco
Isso não só coloca o profissional em descrédito com esse cliente que volta a não comprar mais, mas também “espalha” no mercado a má notícia sobre a prestação do seu serviço. Costumo dizer o seguinte: seja você generalista ou especialista, parcerias fortes e com profissionais que estão na mesma sintonia e compromisso com os clientes são fundamentais para um crescimento sustentável.
Como o mercado tem auxiliado no fortalecimento da consultoria de imagem
Por mais que não tenha uma graduação, hoje já existem diversas organizações em nível mundial que ajudam a fortalecer a carreira dos profissionais da consultoria de imagem. Aqui no Brasil, duas estão muito focadas neste trabalho:
1. FIPI (Federation of Image Professionals International)
Comunidade global de profissionais de imagem que busca estabelecer uma referência global em relação aos padrões da indústria. Inclusive, minha mentorada Cris Dorini foi convidada a ocupar o cargo de Diretora em 2019 e hoje é a atual Presidente em função de toda sua jornada e experiência profissional.
Cris Dorini com os apresentadores no dia da gravação – Fonte: Acervo pessoal Cris Dorini
“Os primeiros sinais da Consultoria de Imagem Pessoal apareceram nos EUA, por volta dos anos 70. Naquela época, apenas pessoas de alto padrão econômico tinham acesso a esse serviço. No entanto, atualmente, qualquer pessoa pode ter acesso a uma consultoria de imagem e, na mesma proporção que a demanda aumenta, aumentam os desafios para os profissionais que estão no mercado.
Hoje, as pessoas buscam uma mudança em sua imagem que esteja atrelada aos seus gostos, personalidade e convicções, uma mudança que tenha a ver com a sua essência. Dessa maneira, um consultor não pode — e nem deve— ter uma postura autoritária ou interferir com suas próprias preconcepções. Isso não quer dizer que as técnicas da consultoria precisam ser abandonadas, mas sim adaptadas às necessidades desse novo público. As técnicas precisam ampliar as possibilidades, não limitá-las.
Sendo assim, acredito que o futuro do mercado será próspero para quem estiver sempre se atualizando sobre o comportamento do consumidor, tendências e oferecendo um atendimento cada vez mais personalizado, transformando a imagem em uma extensão do “ser”. Uma mudança de dentro para fora. Para bons profissionais, sempre haverá espaço para trabalhar, na Consultoria de Imagem Pessoal não é diferente e, justamente por isso, assim como há profissionais preparados, bons e qualificados, também existem as “maçãs podres”.
Um bom profissional, primeiramente investe em si: em conhecimento e em autoconhecimento. Isso custa, dá trabalho e é automaticamente refletido no serviço oferecido. É desigual competir com profissionais não qualificados. E quem opta pelo preço e não pelo valor, provavelmente receberá fórmulas prontas — que não são eficientes e muito menos eficazes — e não terá sucesso na transformação que tanto deseja.” – Cris Dorini, consultora de imagem
2. AICI (Association of Image Consultants International)
A maior associação mundial de profissionais de consultoria de imagem. Surgiu em 1990 nos Estados Unidos e hoje está presente em mais de 55 países. Desde 2020, a AICI Brasil é comandada pela Presidente Maria Silvia Scigliano e pela Vice-Presidente Fernanda Luchesi.
Clique aqui parra saber mais sobre construção de marca pessoal
Como transformar a autoestima das pessoas por meio do seu propósito de vida
Mais do que uma simples roupa ou acessório, a consultoria de imagem mexe com a autoestima das pessoas.
“A consultoria de imagem é um mercado que cresce muito no Brasil. Acredito que as pessoas buscam cuidar da autoestima, da beleza de um modo geral e isso engloba a vestimenta. Vestir-se bem proporciona segurança, auto aceitação e pode abrir portas, afinal a linguagem não verbal representa 55% da nossa comunicação. Se você visita um cliente ou faz uma entrevista de emprego, antes do início da conversa a pessoa já cria a primeira impressão, isso é instintivo, todos fazemos e quando temos consciência desse processo buscamos nos apresentar da melhor forma. A consultoria de imagem é uma verdadeira investigação das necessidades pessoais relacionadas a aparência, comportamento e comunicação e pessoas que buscam o desenvolvimento pessoal, também procuram esse serviço.” – Camila Pastro, consultora de imagem
A partir do momento que o profissional da consultoria de imagem entende o que o cliente realmente necessita, como ele se vê e quer ser visto, é feito um trabalho em conjunto, no qual ambas as partes crescem. Mas a eficácia só acontece se:
- O cliente tiver esse autoconhecimento;
- O profissional de consultoria de imagem estiver colocando em prática o seu propósito de vida.
Se o consultor de imagem não estiver fazendo aquilo que gosta, ajudando os outros com o que mais sabe fazer, as duas pontas não evoluem. Quem entende bem desse trabalho em conjunto e auxílio ao cliente para aumentar a autoestima e destacar as principais características de alguém por meio da vestimenta é o alfaiate, amigo e mentorado Alexandre Won. O cuidado que possui no seu atendimento ao público masculino é diferenciado e único a cada cliente. Alguns dos famosos e executivos que ele atende: Leandro Karnal, Justus, Kaká, Fernando Fernandes, Marcos Motta, Chay, entre outros.
Bate-papo com Won em seu Ateliê em Moema, São Paulo (SP) – Fonte: Acervo pessoal
Essa lógica serve não apenas para o segmento de consultoria de imagem e da moda mas outras que lidam diretamente com o cliente também. A área de nutrição é um exemplo. Para auxiliar as pessoas a terem vidas mais saudáveis, minha mentorada e LinkedIn Top Voice, Andryely Pedroso, precisa conhecer bem cada um de seus clientes, não apenas das medidas e hábitos alimentares, mas como anda relação deles com o próprio corpo, como lidam com situações que ocorrem no dia a dia, porque tudo isso impacta na evolução.
O trabalho que ela vem fazendo com seus clientes e nas redes sociais tem motivado muitos outros profissionais a quererem buscar suas melhores versões. Foi justamente por esse impacto que ela virou uma referência no LinkedIn. Assista ao vídeo abaixo para entender como foi esse início dela na rede:
Para conferir a conversa completa que tive com ela sobre todo esse processo, escute o episódio do Dalbosco Cast já disponível no Spotify.
No episódio, você irá descobrir e aprender:
- 02:38 – Como aplicar a estratégia crossmedia em sua marca pessoal
- 03:30 – Qual a diferença entre o público no LinkedIn e no Instagram
- 06:29 – Quando surgiu a primeira oportunidade da Andryely Pedroso no LinkedIn
- 15:04 – O que mais pode surgir do LinkedIn além de clientes
- 17:37 – Por que começar a criar um posicionamento por meio de uma rede social
O sucesso da sua marca pessoal depende de quem?
Tudo começa em você. Sua vontade, método aplicado, seus sonhos, suas conquistas, sua marca pessoal e como as pessoas lhe enxergam. Quando menciono que o seu sucesso depende apenas de você, refiro a tomar essa decisão, de querer crescer e evoluir. É fundamental ter um foco, assim como ter um mentor que lhe auxilie em estratégias de marca pode ajudar nesse crescimento. Em resumo, é buscar ter à sua volta pessoas que lhe inspirem e ajudem seu nome crescer no mercado.
Veja este vídeo que gravei com meu mentorado e amigo Alexandre Taleb, o maior consultor de imagem masculina do Brasil, com dicas de como transmitir uma imagem de sucesso:
Como mentor de marca pessoal, tenho auxiliado diversos profissionais, da consultoria de imagem e outras áreas, a criarem seus espaços e serem referências no mercado, mas para isso é preciso de algo inicial, intrínseco de cada um: atitude em querer evoluir. Na consultoria de imagem, assim como em qualquer outro negócio de prestação de serviço, poucos profissionais acabaram a semana se destacando. Estes, por vezes, não são os melhores tecnicamente, mas os que conseguem unir técnica à capacidade de agregar valor aos seus clientes, conseguindo trazer ao olhar do público-alvo essa imagem positiva, sustentável e que gera confiança, o qual é o primeiro passo para um relacionamento que acabe em venda Afinal, ninguém gosta de comprar de quem não se sente seguro.
E você, quais os desafios que tem observado no mercado de consultoria de imagem? Gostaria de ler alguns contributos.
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Amei o conteúdo! Sou consultora de imagem e concordo com tudo que escreveu aqui. Estou sempre em busca de diferencial e conhecimento. Achei um artigo muito bem embasado, maduro e realístico. Ao mesmo tempo você me deu vários insigths! Indo te seguir agora nas redes sociais! Parabéns e amei te conhecer 👏👏