

No início do ano, acompanhei o CEO mundial da Quatenus, João Pedro Alexandre, em uma viagem aos EUA para um estudo de mercado específico no ramo da tecnologia. Nossos compromissos eram em Louisville (Kentucky), a cidade natal do maior boxeador da história: Muhammad Ali.
Localização do estado do Kentucky nos Estados Unidos – Fonte: Google Maps
Eu, como admirador do ícone do boxe, não podia perder a oportunidade de conhecer a casa na qual ele morou durante décadas. Aproveitei uma brecha no nosso roteiro, peguei o carro e fui até lá.
A localização da casa não possui tanta divulgação, então até encontrá-la, acabei entrando em várias ruas desertas da região que é uma das mais pobres da cidade. Enquanto rodava a procura da residência, ia imaginando Muhammad Ali dando murros no ar e treinando naquelas ruas próximas ao trilho do trem.
Quando finalmente localizei a casa de infância do boxeador, me emocionei. E confesso que algumas lágrimas caíram por baixo dos óculos de sol que estava usando na hora. Relembrar a história dessa grande referência do esporte pisando no mesmo chão que ele pisou, me deixou extremamente feliz e grato.
A casa de infância está localizada em 3302 Grand Ave, Louisville, KY 40211, Estados Unidos
Percebi que, além de ter sido o maior boxeador de todos os tempos, deixou lições que podem ser aplicadas em muitas áreas do conhecimento, inclusive, no marketing digital. Tá certo que na época em que Muhammad Ali despontava como grande boxeador, o marketing que conhecemos hoje nem existia. Mas acredite, ele já dava uma aula sobre como gerir uma marca pessoal.
Vamos combinar, ele teve uma trajetória admirável e só quem conhece a fundo sua história sabe que deixou uma série de aprendizados que podem ser aplicados nas mais diversas profissões do mundo contemporâneo. Se você não tem conhecimento sobre a trajetória de Muhammad Ali ou está descobrindo sobre ele pela primeira vez por meio deste artigo, contarei um pouco sobre os caminhos que o boxeador seguiu.
Para começar, seu primeiro nome era Cassius Marcellus Clay Jr. Passou a ser chamado de Muhammad Ali logo após ter se convertido ao Islamismo em 1964. O pai era pintor e sua mãe empregada doméstica. Nasceu na década de 40 em um lar humilde, sua casa tinha apenas dois quartos e um banheiro.
Aos 12 anos, quando teve sua bicicleta roubada e quis dar uma lição no ladrão, foi incentivado pelo policial a, antes de mais nada, treinar boxe.
Muhammad Ali não fazia ideia de que essa situação nada agradável transformaria sua vida para sempre.
Muhammad Ali nos seus primeiros anos no esporte – Fonte: Hypeness
A trajetória de Muhammad Ali
Além de sua condição econômica desfavorável, viveu em uma época em que o racismo ainda era latente. Os atletas negros que resolviam lutar por um espaço dentro do esporte tinham que agradar uma elite esportiva branca para alcançar o sucesso.
No ano de 1960, estreou como profissional e destacou-se internacionalmente nas Olimpíadas de Roma ao conquistar a medalha de ouro na categoria de peso pesado.
Muhammad Ali no alto do seu primeiro pódio – Fonte: Hypeness
Na entrevista coletiva após a vitória, foi questionado sobre como se sentia em não poder comer em alguns restaurantes em função da cor da sua pele. Muhammad Ali respondeu dizendo que nos Estados Unidos haviam mais lugares que ele poderia comer do que os que não poderiam entrar. Contudo, ao retornar para Louisville notou o que o havia dito não era verdade.
Quando entrou em um restaurante só para brancos e fez seu pedido, não foi atendido. Tentou então dizer quem ele era e que era campeão olímpico, mas não adiantou. O preconceito existia, ele sendo um campeão ou não. Ficou tão decepcionado que jogou sua medalha no rio Ohio, o principal afluente do rio Mississippi.
Quatro anos depois e aos 22 anos, tornou-se campeão mundial ao vencer Sonny Liston no sexto round da luta.
A vitória de Muhammad Ali surpreendeu a todos que estavam presentes – Fonte: Sportshistoryweekly
Pela admiração desses três que destaquei na foto, dá para ver a surpresa que Muhammad Ali havia causado no mundo do boxe em sua primeira vitória. Boa parte das pessoas que assistiam a luta ao vivo não acreditava que ele derrubaria o adversário. Após vencer o favorito, Ali disse a todos:
“Agora comam suas palavras. Ajoelhem-se diante de mim”
Foi a partir desse momento que o boxe passou a atrair um grande número de espectadores, pois todos queriam ver o espetáculo que o boxeador daria dentro e fora dos ringues.
Durante sua carreira, colecionou muitas vitórias. Das 61 lutas profissionais, Muhammad Ali perdeu apenas cinco. Porém, em 1967, teve todos os seus títulos cassados por
ter recusado defender os Estados Unidos na Guerra do Vietnã. Esta última provocou milhares de mortes em razão da quantidade de bombas jogadas em solo vietnamita. Só de soldados americanos foram mais de 58 mil.
Quem não se lembra do impactante registro de Nick Ut da menina Kim Phuc após o ataque químico em 1972?
Na época, Kim Phuc tinha apenas 9 anos de idade e teve as costas, nuca e braço queimados por causa da substância chamada de napalm – Foto: Nick Ut/AP
Voltando a trajetória de Muhammad Ali, passados três anos na geladeira, a Suprema Corte americana anulou as punições do boxeador. Ao retornar aos ringues, acabou perdendo para Joe Frazier em uma luta no Madison Square Garden em Nova York. Para quem quiser conhecer o local, ele fica a 12 minutos de carro do Empire State Building, o famoso prédio de 102 andares no centro de Manhattan.
O Madison Square Garden está localizado em 4 Pennsylvania Plaza, New York, NY 10001, Estados Unidos
Foi considerada por alguns meios de comunicação como a luta do século já que os dois atletas deram seus sangues e mostraram toda sua garra do primeiro ao último minuto.
Registro da “Luta do Século” na qual Muhammad Ali lutou bravamente até o final – Fonte: Biography
Quatro anos depois, em 1974, Muhammad Ali enfrentou novamente Joe Frazier, mas dessa vez com vitória. Voltou com tudo e reconquistou o título após derrotar George Foreman ao 32 anos.
Na época em que Muhammad Ali estava novamente no auge da sua carreira, outro grande nome do esporte despedia-se. A despedida entre o boxeador e o mito brasileiro do futebol, o Pelé, foi registrada na cidade de Nova York (EUA) em uma partida entre Santos e Cosmos.
Muhammad Ali foi considerado o Pelé do boxe – Fonte: Esporte alternativo
Foi um encontro marcante assim como o que o astro do boxe teve com o Papa João Paulo II em 1982. O momento foi muito significativo pois mostrou mais uma vez para a sociedade que por mais que existam religiões, crenças e linhas de pensamento diferentes, o respeito é o que sempre conecta as pessoas.
Muhammad Ali autografando para o Papa João Paulo II no encontro que tiveram – Fonte: Hypeness
Lutador nos ringues e pelos direitos dos negros
O astro do boxe além de ter sido campeão olímpico e tricampeão dos peso-pesados, foi também um ativista político em prol dos direitos dos negros. Como disse antes, ele viveu em uma época de muito preconceito racial. Do final do século XIX até o ano de 1964, as raças eram separadas nos Estados Unidos e a segregação não era considerada uma violação da constituição.
Os bebedouros também eram separados em função da cor da pele – Fonte: Hypeness
Foi apenas em 1964 e 1965, que a igualdade racial foi garantida nos Estados Unidos pela Lei dos Direitos Civis e de Voto. Além de Muhammad Ali no esporte, outro grande nome na luta contra a desigualdade racial foi Martin Luther King. Em razão de sua luta social, ganhou, em 1964, o prêmio Nobel da Paz, tornando-se uma liderança do movimento negros nos Estados Unidos.
Martin Luther King reunia centenas de pessoas em seus discursos – Fonte: Historiando na Net
Os dois foram símbolos de resistência na história mundial dos negros. Essa era apenas uma das características e valores de Muhammad Ali, que ao longo de toda sua trajetória alcançou o sucesso por causa de uma tríade: Foco, Atitude e Perseverança.
Os princípios de Muhammad Ali para uma carreira de sucesso
O boxeador tinha seis princípios que norteavam seu caminho, eles dão uma noção do quanto ele levava sua carreira a sério. Levando em consideração os preconceitos que viveu e, ainda, sua origem humilde, qualquer um poderia dizer que ele não daria certo. Porém, munido de princípios, mostrou que qualquer um pode vencer. Mas quais eram esses princípios?
Muhammad Ali mostrou que nem sempre precisamos ter todos os recursos do mundo para conseguir o que queremos. Basta que tenhamos valores bem definidos e uma vocação para isso. E ele tinha. Por isso sabia gerir sua marca pessoal muito bem.
Lembra que eu falei mais acima aqui no artigo que muitas pessoas passaram a acompanhar o esporte após a primeira vitória de Muhammad Ali? A mudança ocorreu pois ele atraía as pessoas.
Sua autenticidade tanto dentro como fora dos ringues despertavam o interesse e admiração da sociedade.
Era visto como astro, campeão, referência e especialista no esporte. Essa posição era a que todo o profissional, e inclusive você, gostaria de ter, ou estou errado?
Ali capacitou-se para ser o melhor boxeador de todos. Ele posicionava-se de uma maneira que ninguém mais fazia. Ele não apenas lutava, ele tinha coragem de dizer o que muitos gostariam. Muitas vezes falava sem pensar e acabava sofrendo consequência por isso, mas boa parte do que dizia, mesmo por vezes em tom de deboche, eram verdadeiras. Essa autenticidade do boxeador que você precisa trazer para o seu dia a dia.
Muhammad Ali era conhecido por dar depoimentos polêmicos, porém verdadeiros, nas coletivas em imprensa – Fonte: Terra
Apenas quem é verdadeiro e que agregue valor na vida das pessoas é que possui destaque positivo no mercado. É por isso que eu bato na tecla de um bom branding pessoal.
Para os atletas, a gestão da marca pessoal bem planejada dá mais visibilidade e consequentemente abre portas para patrocínios e oportunidades. Veja o caso do Gabriel Medina, além da aptidão para o surfe, gere sua marca pessoal muito bem desde que começou sua carreira no esporte. Inclusive, eu e o Diretor de Marketing e Comunicação da Audi do Brasil, Cláudio Rawicz, falamos sobre a marca Medina em um outro artigo.
Abaixo listo os 10 maiores atletas quando o assunto é marketing pessoal (Fonte Exame.com):
- Neymar Junior – Futebol
- Rory McIIroy – Golfe
- Lionel Messi – Futebol
- Usain Bolt – Atletismo
- Cristiano Ronaldo – Futebol
- Blake Griffin – Basquete
- Novak Djokovic – Tênis
- Sebastian Vettel – Automobilismo
- Tim Tebow – Futebol Americano
- Yani Tseng – Golfe
Essa gestão de marca deve também ser feita por outros profissionais do mercado, como advogados, médicos, arquitetos, nutricionistas, educadores físicos, empresários…Já parou para pensar como você está gerindo a sua marca pessoal? Ou nunca dedicou tempo nisso?
A famosa marca do estado de Kentucky
Kentucky não é famoso por ser apenas por causa de Muhammad Ali. Também é conhecido por ser a terra natal de Abraham Lincoln, presidente dos EUA entre 1861 e 1865, e de Bill Monroe, cantor, instrumentista, compositor, bandleader e criador do estilo musical Bluegrass. Acabei tendo bastante contato com esse estilo de música quando trabalhei em Montana (EUA), em 2004 e 2005 (falei sobre isso em um post que viralizou no Linkedin).
É por causa desse estilo que o estado é conhecido como a “capital mundial do bluegrass”. Você já escutou esse estilo musical ou está fazendo essa descoberta agora? Se é o seu primeiro contato com esse estilo, dê um play no vídeo abaixo para escutar um dos sucessos de Bill Monroe.
Estilo musical, uma cidade, um atleta….tudo isso pode ser uma marca.
Além de ter em sua história o nascimento desses grandes nomes, o estado carrega ainda mais três grandes motivos para se orgulhar:
- KFC
- Bourbon
- Cavalos
Falarei um pouco sobre cada um deles a seguir.
O famoso frango frito do KFC
Acredito que você conhece ou pelo menos já tenha ouvido falar dos famosos frangos KFC. A marca é conhecida mundialmente como uma das maiores empresas de fast food mas nem todos sabem o que significa o K da marca Kentucky Fried Chicken. Há quem ache que é nome do criador da marca.
Poderia ser? Poderia. Mas não é. Na verdade, esse Kentucky refere-se ao estado dos Estados Unidos no qual a receita do frango frito do Coronel Harland Sanders foi criada.
Seu sucesso, assim como o de Muhammad Ali, foi construído com muita força de vontade.
Coronel Harland Sanders em uma das milhares de franquias da marca que criou – Fonte: djmag.com
Até seus 40 anos, sua vida não era ligada ao empreendedorismo. Só foi pensar nisso depois que desenvolveu pela primeira vez a receita secreta do KFC. Mas o fato de ter criado algo tão surpreendente não fez com que ele conquistasse o sucesso logo de cara. Ele precisava mostrar o potencial do seu frango às pessoas e fazer com que elas comprassem a ideia de ter uma franquia da marca.
Não foi fácil. O criador do frango mais famoso passou anos conduzindo seu carro pelas cidades americanas e escutando uma única resposta “não”. Foram mais de mil. Mas você acha que ele desistiu? Não.
Em 1952, conquistou seu primeiro franqueado: um restaurante na beira da estrada. Ali nascia o sucesso da marca KFC. Em apenas 10 anos, Coronel Sanders passou de uma para 600 franquias e 60 anos depois, esse número subiu para 5 mil lojas espalhadas por 120 países.
No Brasil, atualmente, a rede do famoso frango frito faz parte da franqueadora Multi QSR do Grupo Sforza Holding, do empresário Carlos Wizard Martins, que possui também lojas das marcas Pizza Hut e Taco Bell. As três marcas possuem, juntas, mais de 250 unidades no território brasileiro e o objetivo é que até 2027, esse número tenha mais uma casa, atingindo 1500 lojas.
Fonte: Revista Shopping Centers
Os vários “nãos” que Coronel Sanders recebeu a partir de 1930 fizeram surgir o “frango mais gostoso do mundo” e uma gestão de marca muito forte no mercado.
O orgulho do Whiskey Bourbon
Outro orgulho do estado do Kentucky, além de Muhammad Ali, é a produção e exportação do famoso whisky Bourbon. O destilado produzido na região é referência no mundo todo. Fui visitar uma das mais famosas destilarias, a Jim Beam, que fica a 30 minutos de Louisville, a cidade natal de Muhammad Ali.
Na sede da Fábrica do famoso Whiskey Jim Beam, na cidade de Clermont (Kentucky)
Quem gosta de um bom whisky assim como eu e já teve a oportunidade de experimentar um bom Bourbon, sabe o sabor e o aroma únicos que ele possui. Para não perder as características tão marcantes e naturais, o Congresso dos Estados Unidos o reconheceu como um produto “distintivo dos americanos” em 1964 e estabeleceu regras para a produção:
- Deve ser produzido com uma mistura de grãos, tendo no mínimo 51% de milho.
- Não deve ter ser feito com mais de 80% de volume de álcool
- O Bourbon não pode ser introduzido em barris que possuam mais de 62,5% de volume de álcool
- Precisa ser armazenado em barris de carvalho novos
- Deve ser envelhecido por um período mínimo de dois anos para ser chamado de “Whiskey Bourbon Direto”
- Quando o tempo de envelhecimento for menor que quatro anos, o Bourbon deve conter essa informação no rótulo
- Apenas os whiskeys produzidos nos EUA podem ser vendidos com o nome Bourbon
Essas regras auxiliam a fortalecer a marca Bourbon e a manter a extrema qualidade do produto que pode ser harmonizado com diversos pratos e culturas gastronômicas. A Jim Beam, por exemplo, produz vários sabores para que os pratos possuem a combinação perfeita com seus Bourbons.
Esses são alguns dos sabores produzidos pela Jim Beam
A terra dos puro-sangue
Um dos esportes mais famosos do Kentucky é a corrida de cavalos. É no estado que acontece um dos principais eventos mundiais: o Kentucky Derby. E é lá também que são criados alguns dos melhores cavalos puro-sangue do mundo.
A competição geralmente ocorre no mês maio nos Estados Unidos – Fonte: al
Tudo porque as fazendas da região possuem uma grama comum em seus pastos, a qual é excelente para os animais. Ela é conhecida como “grama azul” pois na primavera, entre março e junho, surgem brotos roxo-azulados. Sabe o Bluegrass que citei antes? O nome do estilo musical surgiu em razão da grama azul do Kentucky.
Muhammad Ali: um símbolo de luta e resistência
O campeão do boxe não se deixou abalar durante sua vida e carreira. Virou uma referência de resistência não só por luta em busca de igualdade racial e espaço dos negros principalmente no esporte, mas por resistido até o fim de sua vida.
Três anos após aposentar-se, Muhammad Ali foi diagnosticado com Mal de Parkinson. Os médicos que o diagnosticaram na época, afirmaram que os golpes recebidos nos ringues ao longo sua carreira acabaram provocando sérios danos ao cérebro do boxeador. Ao pesquisar sobre isso, me peguei pensando na seguinte questão:
Até onde vale a pena ir em sua carreira para não afetar a saúde?
Um filme que fala sobre esse tema e nos faz pensar bastante sobre essa relação do sucesso no esporte com a saúde dos atletas é “Um homem entre gigantes” protagonizado por Will Smith. O nome do filme em inglês chama-se Concussion.
O filme debate os traumas que o futebol americano pode causar aos atletas – Fonte: Omelete
Foi Will Smith inclusive que interpretou o papel de Muhammad Ali no filme que conta a história do boxeador. Segundo uma matéria publicada no El País, o ator mencionou que a sequência mais complicada da sua carreira foi a cena gravada para o filme de Ali em Moçambique na qual precisou rodar 67 tomadas.
Com a doença, Muhammad Ali acabou afastando-se dos holofotes em seus últimos anos de vida. Mas não deixou de comparecer, em 1996, nos Jogos Olímpicos de Atlanta, quando teve a honra de acender a tocha olímpica.
O campeão do boxe faleceu em 2016, aos 74 anos, deixando um legado valioso para a humanidade. O atleta deixou a mulher Yolanda “Lonnie” Williams (a quarta esposa), nove filhos e milhares de fãs que compareceram ao funeral, cerca de 16 mil segundo a Folha de São Paulo.
Milhares de pessoas acompanharam o cortejo pela cidade – Fonte: El País
O ator Will Smith, que interpretou Ali no cinema e foi indicado ao Oscar pela atuação, marcou presença e foi uma das pessoas que carregou o caixão ao lado de outras lendas do esporte Mike Tyson e Lennox Lewis.
A comitiva passou por locais importantes durante a vida dele, como sua casa de infância (a que visitei), a avenida da cidade que possui seu nome antes de chegar ao KFC Yum! Center, uma arena esportiva localizada no centro de Louisville, na qual foi realizado o serviço fúnebre público do atleta.
Muhammad Ali nos mostrou que em um mundo de aparências, refletido pelos meios de comunicação e redes sociais, quem gera conteúdos verdadeiros e genuínos, fazendo um planejamento estratégico de marca, tem grandes chances de ser um gigante no mercado.
Uma frase de Muhammad Ali dizia, e que gosto muito, descreve bem essa relação entre o posicionamento da sua marca na sociedade:
“Um homem que enxerga o mundo aos 50 anos da mesma forma que aos 20 perdeu 30 anos de vida”
Se você fizer a gestão da sua marca sempre da mesma forma, sem aplicar novas estratégias e acompanhar as evoluções do mercado, provavelmente você perderá grandes oportunidades de virar uma referência no mercado. A estratégia de Muhammad Ali foi trazer à tona, por meio do marketing em suas lutas e entrevistas, assuntos relevantes que a sociedade precisava olhar e debater. Foi assim que ele passou a chamar a atenção do mercado, crescer na carreira e criar uma marca extremamente forte tanto no esporte quanto em relação aos direitos humanos.
Não foi de uma hora para outra e muito menos fácil, ele teve que enfrentar desafios, inclusive raciais como comentei no artigo. Porém, ele tinha um objetivo e criou estratégias para chegar ao posicionamento que queria ter.
Eu gostaria de ver mais perfis como o do Muhammad Ali no Linkedin.
Perfis que planejem e façam uma boa gestão de marca para se destacar no mercado. Você que está lendo esse artigo pode ser um Muhammad Ali da sua área por aqui, basta querer e investir em planejamento e processos.
Se você gostou desse conteúdo, compartilhe com amigos, colegas e outros profissionais. Assim, eles também podem se inspirar na história de vida de Muhammad Ali e pensar em como estão gerindo suas marcas pessoais.