

Você sabe quais são as principais inovações e desafios enfrentados por profissionais de tecnologia no Brasil? Neste artigo, compartilharei na íntegra uma conversa que tive com o Régis Lima, Diretor Executivo e Operações na Lumen IT, para falar sobre quais são as principais tendências no mercado de tecnologia e como se destacar neste segmento. Se você desejar acompanhar a gravação completa, clique no vídeo abaixo.
DALBOSCO: Não foi suficiente. E o que eu quero dizer com isso? É que a fera aqui ao meu lado ó, já fez a parte um aqui no Dalbosco Cast, mas o cara tem muito conteúdo e aí a gente teve que retornar o conteúdo aqui pra não ficar o outro muito extenso. E agora a gente vem com o Régis Lima no sentido de trazer sobre o mercado de tecnologia.
Régis, a Lumen hoje tem vários produtos, várias soluções, melhor dizendo e dentro disso algumas são revolucionárias se a gente pensasse, a nossa mentalidade em termos do que era tecnologia há 30 anos, quais dos produtos que vocês têm hoje que foi o maior susto interno no sentido de “caramba, há cinco anos, há sete anos, a gente nem pensava que isso ia ser mercado Dalbosco e agora a gente vê um oceano azul fantástico daqui para frente”?
RÉGIS: Perfeito. Bom, obrigado mais uma vez pelo convite, muito bom estar com você.
DALBOSCO: Estamos juntos.
RÉGIS: É um mercado muito desafiador, né? Hoje a gente atua no mercado de tecnologia voltado para a área fiscal. Então, falar de fiscal hoje aqui no Brasil acho que dispensa comentários.
DALBOSCO: E assusta ou a pessoa lembra uma vez por ano.
RÉGIS: Exatamente. Então, qual é o nosso dever enquanto empresa, enquanto companhia? É alertar as empresas que existe uma obrigação fiscal a ser entregue. É isso. Apesar que as pessoas estão muito acostumadas hoje, desde do advento da nota fiscal eletrônica, que foi aquele boom revolucionário, a entrega de obrigações acessórias, que são os SPEDs hoje, que toda empresa tem que entregar, mas a tecnologia, ela está muito avançada. Então, hoje eu tenho um curto espaço de tempo para entregar obrigações acessórias, que ao passo que eu estou gerando, o Governo está mudando ali o programa, ao passo que eu estou fazendo uma geração de um determinado bloco, por exemplo, o Governo também está mudando.
Conheça a Lumen IT – Fonte da imagem: Lumen IT
DALBOSCO: Como se software fosse para ontem.
RÉGIS: Exatamente. E aí a gente tem de tudo, né Dalbosco? A gente tem aquele cliente que tem a sua preocupação no mais alto nível, que toca o negócio exatamente como tem que ser, e tem aquele cliente que fala, brasileiro “ah, espera mais um pouquinho”. Igual imposto de renda, “espera mais um pouquinho”. Dois dias para entregar o imposto de renda, o cara “preciso entregar o imposto de renda”. O que que vai acontecer? Vai dar problema. Então, dentro dessas plataformas que a gente atua, hoje é o nosso carro chefe lá é a área fiscal. Então, tanto na parte de implementações de plataformas fiscais para que o cliente consiga gerar dentro de casa ou para o cliente falar “não, eu não consigo gerar dentro de casa, vou fazer um outsourcing com você, Régis. Eu quero que você gere minhas obrigações, eu quero que você me dê acuracidade dos dados. Eu quero que você me entregue a obrigação para que eu possa fazer a entrega dela junto ao Fisco”. Obviamente que eu estou muito lado a lado ali com o cliente.
DALBOSCO: E seria aí Régis, algo em termos de um grande potencial do mercado nacional, porque quando eu vejo a cultura empresarial brasileira, vem aqui dois itens que que batem a falta de planejamento típico, e é aí não é Dalbosco que está falando nem Régis, mas no sentido de os próprios dados mostram a quantidade de empresas que são abertas e fechadas em termos de falta de planejamento financeiro e aí vem com fluxo de caixa, entre várias outras e vários outros detalhes, mas um outro item que é a própria desorganização, que também tem a ver com o item um, e do deixar pra cima da hora. As soluções que se abrem então no mercado como potenciais soluções, inclusive potenciais empresas a receberem grandes investimentos que estão sendo visadas por fundos de investimentos e lá vai, são aquelas que talvez, não é combater, mas consegue suprir a desorganização típica do empresariado brasileiro? Tem muitas soluções que vão nessa linha, já que deixa tudo pra cima da hora?
RÉGIS: Sim, na verdade, hoje as empresas brasileiras, apesar da gente brincar com a máxima de que o brasileiro deixa sempre para o último dia, eu acho que isso tem mudado bastante. Eu acho que as empresas estão muito preocupadas com compliance, então isso é uma vertente muito forte de multinacionais, mas hoje isso “rolloutou”, digamos assim, para as empresas 100% brasileiras. Então, essa catequização que o Fisco fez com as empresas de geração de notas, entrega de obrigações acessórias, os SPEDs, ou as entregas das obrigações anuais, deixou muito bem catequizado. Então, não é aquele negócio do tipo “ah, vou deixar e…”. Não, não. Eu sei o que eu tenho que fazer assim, eu sei que eu tenho que ter um compliance. Até porque boa parte das empresas, ou multinacional, ou brasileira, que vai participar de algum processo licitatório, por exemplo, precisa estar em compliance, precisa estar muito liderado. O cara que vai tomar dinheiro em banco, precisa estar num compliance. O cara que precisa tirar uma certidão negativa, precisa estar em compliance.
Seja meu mentorado clicando aqui
O cara que vai participar de um processo de cadastro para ser um fornecedor homologado, precisa estar em compliance. Então, hoje é uma preocupação muito forte das empresas nesse sentido. Então, assim, deixar de entregar uma obrigação não é mais uma verdade, ela é uma realidade. Então, eu tenho que entregar, eu sei o que eu tenho que entregar, eu tenho que ter uma acuracidade dos meus dados antes da entrega do Fisco e eu tenho que fazer um trabalho muito forte de gestão nesse sentido. Então não é entregar a informação, eu mapeio informação, eu faço uma consolidação de dados dessa informação, eu cruzo essas informações dentro de casa, porque veja, por exemplo, se você emitir uma nota para mim, eu vou ter que dar a ciência dessa nota no arquivo que eu vou entregar para o Fisco, ao passo que você também vai ter que dar ciência daquela nota que saiu para o Fisco. Então as informações elas estão muito interligadas, então não tem aquela do tipo assim “ah, eu esqueci”, é tudo eletrônico, é tudo fácil hoje de ser recuperado. Então, eu consigo pegar um XML de uma nota, eu consigo pegar um dado que foi emitido contra o meu CNPJ em milésimos de segundo. Então subo meu certificado digital, boto o meu CNPJ, se eu emitir uma nota para você agora, você vai saber que eu emiti uma nota para você. Então, não tem mais aquela desculpa assim “Ah, eu não sabia”. Não. Está tudo muito interligado, está tudo muito robusto. A Receita Federal Brasileira se preparou bastante e os contribuintes também.
DALBOSCO: E para onde é que vai esse mercado?
RÉGIS: Esse mercado, ele vai para uma atmosfera de cada vez mais ter esse compliance, esse mercado, ele vai numa atmosfera de cada vez mais ter esse tipo de controle e vai para uma atmosfera onde as empresas sabem o que realmente tem que fazer. Então a gente costuma dizer o seguinte “foca no seu core business que eu faço a geração das suas obrigações”. É uma verdade, obviamente, mas as empresas estão muito preocupados com isso. Uma validação de um cadastro, um tipo de tributação que está sendo feita, tipo de tributação na venda, tipo de tributação na compra, tipo de recolhimento de impostos que tem que ser feito, se tem alguma recuperação fiscal que possa ser feita que tenha alguma oportunidade via legislação brasileira para poder fazer isso. Então, as empresas, além de estarem preocupadas com a entrega da obrigação, também estão muito preocupadas e antenadas com o que o Fisco vem lançando, porque o Fisco está sendo bastante criativo nesse sentido, mas as empresas estão acompanhando bastante também. Então não é aquele negócio do passado que tipo “ah, eu lancei uma obrigação fiscal aqui, ah não sei”.
Gravação do Dalbosco Cast com Régis Lima, Diretor Executivo e Operações na Lumen IT – Fonte da imagem: Acervo Pessoal Régis Lima
Os profissionais dentro da empresa estão bastante gabaritados para poderem fazer isso e as consultorias que é o nosso caso aqui, que trabalham de uma forma bem consultiva, trazem à luz várias oportunidades ali, que às vezes, mesmo tendo um profissional gabaritado, ele não tem braço. Então os braços são finitos dentro das empresas, é o famoso fazer mais com menos. E aí é onde a gente entra para fazer um trabalho consultivo nesse sentido e alavancar e colocar a empresa num outro patamar. Então, o que a gente costuma dizer é o seguinte “vamos fazer um trabalho consultivo e vamos estar lado a lado daquela empresa para ela ter um braço fiscal aqui com a gente”.
Estou falando muito de fiscal, mas a gente atua também na parte de comércio exterior, a gente atua na parte jurídica com gestão de contratos, documentos, aditivos, assinatura eletrônica, que foi um boom na pandemia. Então, a gente desenvolveu, a gente começou a prototipar um produto nosso de assinatura eletrônica a partir do momento, infelizmente, da pandemia, mas onde a gente plugou uma ferramenta no Ministério de Ciência e Tecnologia, onde a gente deixou gratuita essa ferramenta. Então todo mundo que precisava assinar um documento, ele entrava lá no portal do Ministério de Ciência e Tecnologia, acessava nossa plataforma e assinava qualquer tipo de documento a custo zero.
Contrate uma palestra para sua empresa clicando aqui
DALBOSCO: E olha o que mudou porque pega-se quatro, cinco anos, vinha um contrato digital e aí vinha muitas pessoas reagindo daquela maneira “e lá vem o cara me mandar digital, quer se achar o moderninho?”, muitos ainda “Eu não confio, eu não vou assinar isso”. Tinha que ligar para o seu advogado e o escritório jurídico e perguntar “Tá, isso aqui tem validade? Como é que funciona? Está aceitando? E tem jurisprudência que negou? Como é que funciona? Porque eu inventei uma assinatura digital, mas não bate com a do meu RG”, vamos dizer assim e depois passam-se esses anos, hoje em dia você recebe um contrato que exige físico, você está xingando agora a outra situação, tipo assim “caramba, físico”.
Essa situação, inclusive, aconteceu esses dias com um dos bancos que a gente trabalha, por causa de negócios internacionais, e simplesmente o banco me manda “Dalbosco, mas esse contrato de câmbio a gente precisa que seja físico e tem que se entregar na sua agência”. Eu falei assim “tá, mas a minha agência no Brasil”, eu estava fora do país, “a minha agência do Brasil, onde nós abrimos anos atrás, não me lembro nem quando é a data da fundação daquela empresa, daquele CNPJ, você quer que eu vá naquela micro agência pra entregar?” “Exatamente. Tem que ser na sua agência e tem que ser física”. Eu falei assim “Isso aqui está me cheirando venda casada” “Não, venha tomar um café com a gente”, eu falei “Eu não vou tomar café azedo. Eu quero fugir do café de vocês hoje em dia”, eu não quero ir tomar o café da tal da venda casada que me dá pavor e ainda se não bastasse, e aí ficou a insistência, eu falei “Me manda digitalmente. Não tem como eu voltar.
Vocês vão me pagar a passagem? Eu tenho que voltar pro Brasil para ir na agência pra levar um documento físico”. Aí dois a três dias de insistência que tinha que ser daquele modo.
Eu fui no site do famoso banco, eu tirei um print que era assim, algo assim “O seu futuro chegou. Transformação Digital, Metaverso” era tudo que remetia, as palavras-chaves que usavam. Mandei pra gerente do banco e falei assim “Bacana, vocês falam de transformação digital, zero paper, em termos de metaverso, só o contrato continua sendo um pergaminho e deve ser o 11.º mandamento voltar a agência que você criou sabe se lá quando aquela sua conta”. Eu acho que ali e aí não foi de modo nenhum arrogância, mas no sentido assim pera lá, não tem problema nenhum eu ter que voltar, se essa for a única exigência, eu não gostaria nada, mas se não tivesse forma, algum jeito eu ia ter que arrumar. Mas então não promete que vocês não conseguem cumprir. Não me faça uma comunicação que aí a gente vem greenwashing, do paperwashing, do boardwashing, do universitywashing…
Hoje tem várias lavagens que as pessoas só querem usar como um bandeira no seu LinkedIn, como bandeira nas suas redes sociais, mas nada cumprem aqui. E aí, quando você vem muito nessa abordagem ali Régis e me remete muito a isso, esse mercado que vocês acompanharam, toda essa mudança e a certificação digital foi uma delas, a assinatura digital foi uma delas.
Confira o depoimento do meu mentorado, Adriano Pini, Head de finanças,, sobre sua experiência com a minha mentoria em marca pessoal. Neste vídeo, Adriano também fala sobre o lançamento do meu novo livro “Personal Branding para Profissionais da Saúde”.
RÉGIS: E fala-se muito do disruptivo.
DALBOSCO: Exatamente. Mais um termo da moda.
RÉGIS: O banco chega e fala assim, pegando esse exemplo, “ah, vamos fazer tudo disruptivo, criar conta eletronicamente via app” mas te força a ir no banco. Não faz sentido, é só uma propaganda diferente. Então, é nesse aspecto que a gente tem trabalhado bastante, então não vai ficar só na moda “ah, Iot, Design Thinking, ESG” que se fala bastante agora, mas assim, falar de ESG e praticar o ESG.
DALBOSCO: Esses dias estava num shopping, aí tinha ao lado da escada rolante uma caixa gigante para recolha de pilhas e garrafas recicláveis. Uma grande caixa, multiusos de reciclagem, vamos dizer assim. E aí estava o nome da companhia, da administradora do shopping e falando “aqui nós praticamos ESG”, daí eu assim “Caramba, será que acham que ESG é aquilo? É recolha de pilha”. Se a gente for no S de ESG mais profundo ainda, é capaz de não sobrar um. E aqui eu faço um link Régis, dentro da área, da Lumen, do CNPJ para o CPF, porque um, vocês têm que acompanhar um ano fiscal e com a desorganização de muitos empresários, acabam tendo uma urgência não apenas legal, mas uma urgência em termos da pessoa que vem tudo pra ontem, em cima da hora, e, consequentemente, isso deságua no fator humano, porque tem uma pressão interna muito grande na equipe para fazer entregas, mas o software, ele não é pra ontem.
O software exige planejamento, existe modelagem, existe ideação e depois fecha, depois existe uma manutenção, existe adaptação e é um processo que lá se vão milhões de reais por mês numa empresa em termos de desenvolvimento. Quando a gente fala em mercado, é claro que o mercado nacional não consegue abastecer a demanda hoje na área de tecnologia, e existem várias pesquisas que comprovam a defasagem que nós temos. Com a desvalorização do real, pior ainda, recebe paulada de empresas for, então o segundo fator que se tornam empresas muito menos competitivas, empresas nacionais na área de tecnologia. E aí vem um terceiro fator que, com pandemia, com trabalho remoto, muitos profissionais de tecnologia que falavam inglês, que hoje tem a possibilidade de estar no Brasil, se quiserem, trabalhando para fora ou morando em Malta, morando na Estônia, que tem visto digital de nômade digital, morando sozinho, seja lá onde quiser, no planeta, que a pessoa se sinta à vontade, no Vietnã, na Indonésia, num bangalô trabalhando para uma empresa nacional ou externa. A gente falar em solução para essa falta de demanda chega a ser utópico no nível nacional, não adianta a gente trazer isso mais pra mesa, porque é chover no molhado. Mas o que fazer?
RÉGIS: É difícil. Essa é a nossa missão diária. Eu digo lá dentro da Lumen que é uma missão complicada do ponto de vista que você precisa ficar a todo momento enfatizando para o cliente aquilo que ele tem que fazer, que muitas das vezes ele sabe o que ele tem que fazer, mas ele também está imbuído lá em fechamento, entrega das obrigações, auditoria, plano de negócios, lançamento de novo produto, pedido da diretoria, pedido do Conselho, então assim é uma infinidade de coisas que a área tributária hoje, ela é uma área de muito trabalho dentro das empresas, assim como área de tecnologia também, obviamente, mas o nosso trabalho aqui, ele não é um trabalho de uma simples venda, ele não é um trabalho que eu vou chegar lá e vou vender uma Barsa igual a gente estava falando agora há pouco.
Eu tenho que dar muito conhecimento pro cliente, às vezes levar de forma consultiva, que é o nosso mote principal dentro da empresa, o que é aquilo, como que ele tem que fazer, se ele tem aquela informação, às vezes ele não tem nem dentro do ERP dele aquela informação, ele vai ter que construir, ele vai ter que implementar aquilo dentro da empresa ou não é uma informação que é só da área fiscal, é de uma área de custos, é de uma área de RH, é de uma área de produção. Então, por exemplo, existe uma obrigação hoje que tem que ser entregue, que é uma obrigação chamada Bloco K, que eu envolvo o pessoal de produção. E envolver o pessoal de produção significa o seguinte “Olha, você precisa me falar qual é a sua lista técnica, como é que você compõe aquele produto”. Você chega pro engenheiro de produção e pergunta uma informação dessa, ele fala “Pra que que você quer saber isso?”.
Conheça a minha mentoria em marca pessoal
Vamos pegar uma uma grande marca de refrigerante que a gente tem hoje e chegar e falar assim “me dá a sua lista de produção?”, não vai fazer sentido. Aí o cara do financeiro, junto com o cara do fiscal, junto com o cara da tecnologia, precisa chegar lá no cara da produção e falar o seguinte “olha, isso aqui é uma obrigação que tem que entrar”, aí o cara fala “Pô, aí eu tô abrindo a caixa de pandora aqui para você, eu não posso fazer isso”. Então são todos os obstáculos que além de entregar a obrigação, além de dar acuracidade dos dados e o contribuinte, enquanto cliente, entregar a informação correta. É um trabalho que nós aqui nos desgastamos bastante para trazer à luz da informação para o cliente o que ele tem que fazer, da forma que ele tem que fazer e “Você tem a informação? Eu preciso conversar com seus pares para poder fazer esse negócio acontecer. Eu preciso conversar com o seu provedor de ERP pra explicar pra ele de onde pode vir aquela informação” porque às vezes pode não estar configurado ou às vezes o Fisco criou uma obrigação nova e eu preciso fazer o negócio acontecer também.
DALBOSCO: Ô Régis, e a falta de mão-de-obra que dentro deste mercado a gente enfrenta no Brasil e vai continuar em escala, talvez, daqui pra frente também, principalmente por causa da competitividade internacional e não se monta uma estrutura, a não ser quando às vezes a própria empresa está montando sua universidade corporativa para formar preciosidades internas. Como é que você vai suprir isso?
RÉGIS: Hoje a gente trabalha num plano de desenvolvimento, numa universidade corporativa, porque você trazer profissional de mercado hoje não é fácil, principalmente nessa área, e aí você pega a geração mais nova, vai falar de área fiscal, o cara fala “não, vou surfar em outras ondas”. Contabilidade, fiscal, área jurídica, ele fala “não, espera aí, cara, eu quero desenvolvimento, eu quero criar, eu quero inovar”.
DALBOSCO: E muitos não querem nem mais fazer a faculdade, inclusive, e para muitas empresas isso não é nem mais nem exigência também.
RÉGIS: Não, não é. Eu falo por mim, sendo muito honesto. O cara “ah, você tem faculdade?”, você tem conhecimento, por onde você passou, quais são as suas experiências, tal, porque tem coisas que a faculdade não vai te trazer e isso é fato, tá?
DALBOSCO: E o pessoal dessa área é muito autodidata, o pessoal é espetacular.
RÉGIS: Muito. Eu digo para você que, com raras exceções, obviamente, mas os melhores talentos são aqueles caras que nunca passaram por uma faculdade, que é o cara autodidata, é o cara que vai atrás, é o cara que pesquisa, é o cara que tem sede da informação, é o cara que tem sede de fazer bem feito aquilo que ele fez. Não é um cara teórico.
DALBOSCO: É quem mais vai fazer dinheiro no mercado de vocês agora nos próximos anos na sua visão?
RÉGIS: Eu acho que quem mais vai fazer dinheiro são os caras de tecnologia, de fato, voltado para a área fiscal. Eu acho que hoje esse boom de ERP, por exemplo…
DALBOSCO: Olha o corte, Victor, olhe o corte Lucca.
RÉGIS: Esses caras que vieram muito do mundo de ERP. Então assim, o ERP é um negócio bem estabelecido hoje no Brasil, então é difícil você passar por uma empresa que não tem ERP, mesmo que seja proprietário, proprietário é uma pequena escala, então você tem desde os nacionais quanto os internacionais. Obviamente que os internacionais são muito mais fortes para as grandes empresas, principalmente empresas de fora que estão sediadas no Brasil, mas temos grandes players também do mercado nacional que dominam uma bela fatia de mercado. Então, quando a gente falou de implementação do ERP, onde o cara vai olhar financeiro, produção, estoque, tal, ele também se preocupa muito com a área fiscal. Então área fiscal hoje não é mais aquele coadjuvante, não é mais aquele bandido, no bom sentido da palavra, ele é o mocinho hoje, porque ele pode afundar uma empresa, ele pode fechar uma empresa, ele pode expor uma empresa. A gente viu agora recentemente aí casos no nosso mercado de erros de balanço, débito e crédito, somar e subtrair não tem erro de balanço, então a coisa tem que ser feita como ela tem que ser feita. Então, foi o que eu falei agora há pouco, só existe uma resposta “sim” ou “não”. Número é a mesma coisa.
DALBOSCO: Régis, em termos de formação de profissionais na área de tecnologia, a gente está falando em construção de carreiras, mesmo que gerações mais novas muitas vezes não estão mais apegadas no tal do plano de carreira, conforme você falou no primeiro podcast que a gente gravou, mas aqui eu trago uma outra provocação, porque na área tecnologia a gente tem muita gente autodidata, só que infelizmente isso, em uma parcela, acaba se transformando na arrogância em termos de “deixa que isso aqui eu me viro ou eu aprendo”. Em termos agora focado em carreira, qual é a maior falha de colaboradores no mercado de tecnologia que você tem visto?.
RÉGIS: De não ir atrás de informação. Então assim, apesar dessa geração não querer algumas posições de gestão, de liderança, não querer assumir alguns desafios e ao passo que alguns vão atrás da informação, outros também não vão atrás de informação. “Está confuso. Régis, o que que você está querendo dizer com isso?”. Estou querendo dizer o seguinte: não faz a lição de casa. Então às vezes quer muito mastigada a informação. Então quer que venha um script. “Olha, você tem que fazer isso, isso e isso e isso”. Ok, acho que um script, um método, ele vai ter que existir, mas e você? Qual que é a sua parte? O que que você fez? Você foi atrás de informação? Você pesquisou, você estudou, você leu? Então a gente tem uma geração hoje que não quer ler.
É uma geração que pega um livro e quer ler o prefácio e quer “desmistifiquei o livro”, não é assim. Então, você foi atrás? Você estudou? Ou você só pegou informação e foi coletando informação daqui, daquilo, acolá e chegou e fez? Esse é um ponto que a gente fala muito dentro da Lumen, Dalbosco, autoestudo, autoconhecimento, pesquisa, conversar com pares. Então a gente tem um programa de replicação dentro da Lumen que é o seguinte, olha, a gente faz um estudo e vai replicando as informações dentro da companhia e aí naquela, naquela mesma forma, se é o diretor, se é o gerente, se é o consultor, está todo mundo na mesma régua, passa a informação pra gente poder fazer esse conhecimento, esse estudo, replicar de uma forma onde eu consigo chegar com essa informação perante ao cliente e você consegue explicar algum questionamento do cliente e de novo, nem sempre uma pergunta do cliente, ela vai ter resposta imediata, não vai. E isso é o que eu digo bastante, falo “olha, não fiquem apreensivos, não fiquem nervosos quando você receber uma pergunta e você não tiver a resposta na hora. Cliente não tenho a resposta na hora. Estou tomando nota.
Vou fazer a devida pesquisa para lhe dar uma devolutiva com começo, meio e fim”. É assim, nem tudo na vida você tem resposta imediata, ainda mais em uma área que a gente atua, onde eu preciso ir atrás de legislação, tem muito da interpretação, tem muito do entendimento, então eu volto com aquela resposta, mas uma resposta estruturada. Não é do tipo fez uma pergunta, eu vou responder qualquer coisa para tirar da frente. Não, não dá para tirar qualquer da frente, porque um erro meu numa resposta pode acarretar uma fiscalização, pode acarretar uma entrega errada, pode acarretar uma multa e são multas pesadíssimas hoje, falando em termos de multa aqui no Brasil.
DALBOSCO: Vocês estão em um efeito cascata…
RÉGIS: Avassalador.
DALBOSCO: Avassalador. Exatamente. Não dá para errar. A remuneração, inclusive, o futuro, para profissionais da tecnologia vai estar muito vinculada ao cargo de responsabilidade que essa pessoa quer colocar no colo e atenção aí para as gerações, inclusive mais novas, a geração da ruptura, a geração Y para a geração Z, muitos acabam, por causa das pressões, querendo fugir de cargos de liderança e gestão, mas ainda são os que mais pagam.
RÉGIS: Sim, é um bom mercado, é um bom mercado, é um mercado que paga-se bem, principalmente para aquele profissional que de fato ele quer se destacar. Ele é ávido pela informação, ele corre atrás de informação, ele faz o seu autoestudo. Então, é um mercado ainda bastante promissor perante a outros mercados que a gente atua. O mercado de tecnologia, em suas diversas frentes, eu estou falando aqui, a gente está falando especificamente aqui de tecnologia para a área fiscal, mas tem tecnologia para comércio exterior, tecnologia para COMEX, tecnologia para produção, tecnologia para estoque, então tudo é tecnologia hoje. A gente não vive hoje sem tecnologia, essa é a grande novidade. Sem aparelho de celular na mão hoje, você fica órfão. Você não sabe o que fazer, com o que fazer, você não acessa um banco, você não acessa um app, enfim, de música, você não acessa um app de lembretes, não faz nada. Então assim, ainda assim é um bom mercado, é um bom mercado. Então o toque que eu dou pra galera que tá meio indecisa assim “o que que eu faço?”. Vai pra tecnologia e tenta se achar dentro de uma área de tecnologia, porque a área de tecnologia, ela é gigantesca, ela te abre n possibilidades e como você bem colocou, é uma área que paga-se muito bem, é uma área que paga-se muito bem.
Palestrando sobre como vender mais para a empresa por meio da marca pessoal. Local: Expo Talks Japan, Japão – Fonte: Kazuo Yamaguchi
DALBOSCO: Pessoal, quem quiser se conectar com essa fera Régis Lima no LinkedIn, em algum local, se você estiver pelo YouTube, a gente vai botar na descrição. Se tiver vendo aqui pelo meu próprio LinkedIn, Instagram, entre outras redes sociais, tanto a conexão para você chegar no Régis, assim como na Lumen, a gente também vai deixar essas informações para facilitar a sua busca e aprender com os conteúdos on-line dessa fera que realmente tem muita vivência para compartilhar. Por quê? Pelo simples fato de não ser arrogante, conforme a gente falou ainda há pouco e ele sabe que ele pode doar mais, ele pode gerar valor, ele pode aprender mais e, consequentemente, mudar também aí a sua jornada de carreira para melhor.
Parabéns pelo trabalho na Lumen, parabéns Régis pela sua trajetória. É uma grande felicidade estar com você, assim como o Victor, com o Lucca aqui, a equipe aqui nos estúdios que fazem também um trabalho espetacular lá junto com vocês e fica a transmissão também dos parabéns também para a gestão lá da empresa que eles estão vinculados. E a gente volta logo mais aí no Dalbosco Cast com mais conteúdos especiais aqui para vocês.
Quer criar e fortalecer sua marca pessoal para se tornar INCOMPARÁVEL? Está no ambiente certo para o seu desenvolvimento.
Sou Estrategista de Marca Pessoal referência no Brasil e Palestrante internacional nas temáticas:
– Assumindo o protagonismo da sua vida;
– Como ser um mentor para sua equipe;
– Seja incomparável – Como construir uma Marca pessoal de Sucesso;
– Liderança inspiracional.
Após morar e liderar projetos nos quatro cantos do mundo, como C-level, Conselheiro de empresas e Mentor, dedico-me a transformar profissionais e corporações para se tornarem incomparáveis no mercado.
Conhecido por guiar carreiras de sucesso de centenas de Executivos, Membros de Conselho e Empresários, atuo também como colunista na BAND TV e Rádio CBN, assim como docente em instituições de ensino renomadas como a ESPM e doutorando sobre a influência do Personal Branding para trazer negócios às marcas.
Venci diversos prêmios, fui escolhido LinkedIn Creator no Brasil e Embaixador de várias marcas. Atleta de artes marciais, dedico-me também a ações sociais, sendo inclusive influenciador no Bolshoi Brasil.
Se você acredita que você pode mais, mas o mercado não lhe reconhece como sendo a autoridade moral na sua área, seja guiado por mim nessa jornada de sucesso.